Idiota intrapsíquico

(Rascunho confidencial e desarrumado virtualmente sobre a mesa)

Fraco e desnatado. Nutritivo enquanto poético. Pasteurizado. Homogeneizado. Engarrafado. É preciso notar que, se por um lado o fraco e desnatado se caracteriza como exceção, você está firme feito raquetas. Em eterno lazer itinerante. Segue aqui um exemplar de minha recente publicação: Título: Confissões de um idiota intrapsíquico.

Sinopse: Ao nascer completamente Idio... Além das muitas horas dedicadas à produção do sono e da alimentação, sovado na gestação e de pai Histrião, pai que lhe impingiu por sonoro o tal nome de batismo, foi desde menino um Idiota. Menino cresceu Idiota, estudou, apalavrou-se. Elevou-se a condição de Senhor Idiota Crasso. Ilustre varão. Famoso do começo. (Em cartaz. Série Novas Lendas da Figura Extraordinária.) Ele costumava dizer durante o chope:

- Idiota, mas não pateta...

Na verdade todos nós o conhecíamos como conservávamos em nossos corações a mais franca amizade. Era o nosso velho Idio. Assim ficou até a retirada definitiva do “io” como final bastante apropriado. Não fosse o silêncio para ele algo como a tragédia de Pompeu no Egito. Se lhe pesou o nome como infelicidade possuía de resto um espetacular senso de humor. Rascunho das “Confissões de um idiota intra...” Já aí, volume II. - Chamou atenção da crítica para exploração cômica recheada de reflexões filosóficas. - O aspecto intrapsíquico corresponde à parte importante. Espécie de grito por cima do monturo: monturo da precariedade. O idiota crasso com amigos geniais, festas, espetáculos malabares. Em conseqüência a loucura se atenua diante da massa plástica da transição. Passamos da luz para a completa obscuridade porque ninguém é perfeito vinte e quatro horas.

Rabiscando o recheio da trama seguirei erguendo um pórtico como um perfeito pórtico. (Risos)

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(Risos)