COMPLEXO DE VIRA LATAS
Não há outra definição. Tal qual um vira latas que cai de um caminhão de mudança e fica perdido na estrada rodando confuso sem saber que rumo tomar enquanto o caminhão some na distância, assim é a atual seleção brasileira. Com um visual vistoso de quem ostenta cinco estrelas no peito parece um cão portentoso do mais refinado pedigree, mas é só aparência. Não passa de um vira latas assustado e inseguro que a primeira pisada mais enérgica foge ganindo e com o rabo entre as pernas.
Ficou no passado o tempo em que a seleção brasileira impunha respeito. Hoje não mais mete medo. E digo ainda: É motivo de galhofa, desdém e deboche por parte do mais simples adversário.
Ontem o narrador bradava exaustivamente que Endrick era "craque prodígio", "craque precoce", "menino de ouro". Noventa minutos e só um chute a gol. Totalmente perdido em campo e sem admitir que os adversários sequer se aproximassem dele sob pena de reclamações e olhares para se ver no telão. Um dândi com a gola da camisa levantada para tornar-se diferenciado dos demais aos olhos de todos.
Volto no tempo em que o que diferenciava Pelé dos demais jogadores não era sua aparência e sim sua competência. O tal Endrick mal entrou no ônibus e já quer sentar na janela, diria Romário.
Fui buscar no Google a classificação das eliminatórias sulamericanas e constatei que o Brasil está em 6⁰ lugar. A julgar pelo futebol apresentado corremos o inevitável risco de ter que assistir a próxima copa torcendo por outra seleção, porque se dependermos dessa que está aí estaremos fora de uma copa pela primeira vez.