Tempo perdido
Hoje cedo, ao acordar
Me deparei olhando pra parede, observando os desenhos rabiscados por meu filho.
Indaguei-me porque naquela época o repreendi, se o desenho em si era tão bonito.
No branco da parede havia sentimento, que por nao ser falado, era desenhado.
Meu filho fez uma linda senhora , de cabelos longos, sorriso prolongado e ternura inigualavel, com um bebê em seus branços, provavelmente um filho. naquele desenho feito com lapis de cor, havia um gesto de afeto, um agrado, uma troca de amor.
Naquele instante, ao olhar pra parede, percebi ali uma grande semelhança que o desenho tinha com um retrato na parede do quarto. Foi ai que entendi que meu filho havia nos eternizado, era a forma que ele encontrou pra dizer o quanto era feliz.
Imediatamente, sem pensar duas vezes, pulei para fora da cama e corri para seu quarto, na intenção de encher-lhe de beijos e de abraços, de botar pra fora todo o misto de amor de uma mãe.
Entrei e, tamanho foi o choque!
O tempo havia passado, agora ele era um adulto, um homem ja formado, com barba e engravatado.
estava ali quietinho, trabalhando em um computador.
O tempo havia passado e eu nem se quer percebi.
Chorei desenfreadamente.
Em silêncio o abracei, afim de recuperar o tempo perdido.