Hoje acordei com uma chuva leve, daquelas que parecem limpar a alma. Apesar de não gostar de chuva, ao longo do tempo, passei a praticar o hábito de encontrar algo positivo nas coisas que não aprecio, o que às vezes não é nada fácil. Peguei meu cafézinho preto e fiquei observando os desenhos dos pingos na janela da sala, tentando criar minhas analogias habituais, usando os eventos ao meu redor para reflexão e aprendizado.
Pensei que a chuva tem muito a nos ensinar, pois, ela cai exatamente quando é necessária, assim como muitas coisas na vida acontecem no momento certo. Ela limpa o ar, nutre a terra e revitaliza tudo ao seu redor. Da mesma forma, quando choramos, nossa chuva interna lava a alma, muitas vezes nos fazendo sentir mais leves e renovados.
Em seguida, meu pensamento voou para a noite passada quando, deitada, antes de dormir, com meus olhos fechados, lembrava do céu de Ubatuba, quando eu era criança. Naquele tempo faltava energia elétrica muitas vezes, por motivos diversos. Meu pai nos presenteou com uma lanterna e, à noite, saíamos todos para passear na beira da praia. Parecíamos pequenas miniaturas de detetives das séries antigas. Aquela luz, iluminando os caminhos, me passava segurança, e nos dirigia pelos caminhos escuros; como essa lanterna, acho que sempre podemos iluminar a vida com nossos pensamentos positivos para alcançar nossos objetivos.
Outro dia vi algo muito engraçado no Instagram. Lembram do Ary Fontoura? Esse homem tem 91 anos, e a energia dele é tão vibrante que passa através da telinha. Então, ele aparece e diz assim: “Nos dias tristes, façam assim…” E ele começa a rir, a princípio devagarzinho, e continua dando umas risadas baixinhas, de repente mais altas, e ele termina na gargalhada mais gostosa que vocês podem imaginar. E eu, ria junto com ele. Aderi a essa terapia!
À medida que termino estas palavras soltas, percebo que poderia compartilhar inúmeras reflexões, algumas não muito felizes. Poderia falar sobre as manhãs em que acordo com muita ansiedade, ou sobre os momentos de tristeza e contemplação, repletos de preocupações sobre o futuro, medos e vulnerabilidades que muitas vezes me acordam à noite e que fogem das metáforas usuais - ou qualquer analogia. Contudo, prefiro repartir a parte boa de meus pensamentos, nessa conversa intimista, como se estivesse falando comigo mesma. E sempre me apoio na filosofia de Pollyanna para enfrentar o pessimismo, buscando um aspecto bom em cada desafio que encontro - sabe aquele tal "jogo do contente"?