Lar de idosos XIV

O que você espera de uma clínica que se propõe a cuidar de idosos. Cuidados mínimos, no mínimo. A clínica em questão oferece, se não me engano, seis refeições diárias... é bastante, não é?

Uma pessoa irá no mínimo manter seu peso de chegada à clínica... ou aumentar... é o que se espera.

A mãe é uma pessoa que come pouco, muito pouco. A filha já havia internado para um tratamento 'de choque' para repor nutrientes... a mãe ficou mais de dez dias no hospital, recebeu todo o cuidado necessário... a filha não lembra qual o peso da mãe na época da internação.

Quando a mãe quebrou o quadril estava com 41kg... a filha a pesava pelo menos duas vezes por semana. Ocorreu a quebra do fêmur, a mãe fez a cirurgia e foi pra clínica. Chegou lá com uns 41 kg... duas semanas depois, a filha estava comemorando: a mãe havia engordado 1 kg. Ufaaaa... parece que estamos numa maré de paz em relação ao peso. A mãe está se alimentando consideravelmente bem.

Uns 15... 20 dias depois desse aumento, a filha está na clínica exatamente na hora em que a nutricionista está pesando a mãe. A mãe perdeu peso. A nutricionista sugere que se acrescente Trophic - um composto que tem tudo o que é necessário para uma nutrição completa. A filha compra um: R$ 89,00 - e seriam necessários de cinco a seis por mês. Vamos ver se a mãe se adapta... se faz efeito... daí a filha compraria o restante.

Um adendo aqui: no dia da internação, foi tratado que a mãe receberia uma dieta para 'engordar'... ganhar peso. Depois disso, a filha teve uma conversa com uma enfermeira/cuidadora - a filha não distinguia quem era quem na clínica -, e havia sido decidido que a dieta da mãe precisaria ser melhorada - com alimentos que ajudassem no aumento de peso.

Nada foi feito.

Bom... aconteceu um monte de coisa que ainda vai aparecer por aqui... a mãe foi transferida para outra unidade - onde receberia cuidado de melhor qualidade, segundo muita gente da clínica... - a filha aceitou a troca... ela queria tirar a mãe da clínica, mas teria de pagar uma multa bemmmm alta (não quer falar o valor para a clínica não ser identificada).

Duas semanas a mãe na clínica de 'primeiro mundo'. A mãe pesando agora 38 Kg. Vamos colocar uma sonda, sugere a nutricionista... a filha aceita. Não quer ver sua mãe morrer por inanição.

Conhece a frase que diz: 'A ignorância é uma benção'? Pois é.... a filha era uma completa ignorante no que se refere à sonda.

Mas não é boba. Foi pesquisar e o que leu a deixou muito mal. É desconfortável... tem de ser muito, mas muito bem cuidada, a mãe ficaria mais reduzida em sua saída da cama...

A filha já estava com a sonda em mãos. Desistiu...

E decidiu que iria alimentar por conta própria a mãe. A filha não é nutricionista. Preparou um purê de batata, colocou um pouquinho de gengibre em pó e foi pra clínica. O pote de Tropic da mãe deveria estar lá. Afinal a filha havia comprado há pouco... a mãe havia saído da clínica para mais uma cirurgia, devido ao segundo tombo na clínica. Era quase certo de que pelo menos haveria um pouco do Tropic.

Surpresa: nem o Tropic, nem o pote enoooormeee de proteínas da mãe havia sido levado para a segunda unidade.

Pediu que dessem uma medida de outra paciente que depois reporia com a do pote da mãe.

A mãe comeu todo o purê... bemmmmm temperado e dado com toda calma e paciência do mundo pela filha. Filha que está pagando pelos cuidados e pelo alimento da clínica. Mas que fez o serviço de cuidadores e levou alimento pago com seu próprio dinheiro... que já foi incluído na mensalidade. Se a filha está levando isso numa boa? Não!!!! Ela está indignada com a administração dessa clínica.

Enviou um WhatsApp para a administradora... que se propôs a fazer reunião com a nutricionista e montar um cardápio para a mãe. A filha só agradeceu... é a quarta vez que se conversa sobre alimentação específica pra mãe... e a clínica nem aí.... fala, fala, e não faz.

Ah!!!! num dia em que a filha estava saindo dessa clínica, encontrou uma senhora... conversaram alguns minutos... sabe o que a senhora tinha ido fazer na clínica levar um WAY... não sei se é assim que se escreve.... a mãe, segundo a senhora, tem de tomar um em dias intercalados. Ela vai lá pra dar para mãe.

Afinal... não é só a mãe da filha que está com tratamento meia boca na clínica. Isso é triste, muito triste.

Como dormem os responsáveis por essas pessoas que estão aos seus cuidados?

Rosangela Calza
Enviado por Rosangela Calza em 05/07/2024
Reeditado em 05/07/2024
Código do texto: T8100370
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