A Linguagem Atemporal da Música

A música, além de ser uma linguagem universal, é atemporal. Ela não envelhece, pois pode ser ouvida em qualquer época, fora de seu contexto histórico, sempre tem uma mensagem ou sentimento a transmitir. Para qualquer ouvinte ela tem algo a dizer.

Quando ouço Rachmaninov, pianista clássico e russo do final do século XIX, me tocam suas composições emotivas, com melodias ricas e harmonias profundas. Um bom exemplo disso é a música “Os Sinos”, obra inspirada no poema de Edgar Allan Poe. É uma peça musical que traz a sensação de que uma pessoa vivendo em tempos sombrios anseia por dias melhores. Além disso, ela representa diferentes fases da vida, marcadas por toques de sinos: batismo, casamento, desventuras e morte.

No rock e já no século XX, a banda Cólera muito me interessa por canções enérgicas e letras que questionam a sociedade, a política e a vida urbana: a degradação do mundo capitalista nas grandes cidades que entopem de alienação e valores discriminatórios a cabeça do homem médio. Como escreveu Redson, o vocalista da banda, qual violência é pior? Quanto vale a liberdade? Saiba que ela tem um preço.

Ao ouvir Bezerra da Silva, ícone do samba, sinto a vida nas favelas, a malandragem e a cultura popular. Suas letras são repletas de humor e críticas sociais. Através da sátira, a criticidade e a resistência popular, o cantor apresenta as inquietações de sua sociedade: as desigualdades sociais, a corrupção política, as impunidades judiciais, etc. Um refinado discurso de resistência dos excluídos: alta cultura diante daqueles que discriminam os "favelados".

Enfim, independentemente do estilo ou época, a música sempre nos conecta e nos emociona. Ela transcende fronteiras e nos permite sentir algo especial. As canções são pontes entre passado, presente e futuro, tesouros que resistem a corrosão do tempo.

04.07.2024

Dennis de Oliveira Santos
Enviado por Dennis de Oliveira Santos em 04/07/2024
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