Parte 1 “SOBREVIVEMOS” ... 17h07min. (Reminiscências).

A geração dos anos 40, não foi criada na “modernidade” de hoje em dia. Viemos morar nesta capital, - Curitiba – se não estou enganado – foi no ano de 1947, foram época em que não tínhamos o “conforto” de agora, nosso tio era militar, foi também, expedicionário, pois fez parte dos que foram para Itália, - 1944 – na segunda guerra mundial, foi e voltou quando em 1947, foi transferido para esta cidade, no antigo quartel do 20ª Regimento de Infantaria, que se localiza no bairro do Bacacheri, coincidentemente pernoitamos uma noite lá no mês de junho de 1959, quando no amanhecer do dia seguinte, iriámos embarcar no trem que nos levaria a então capital da República, para prestar serviço militar na Polícia do Exército.

Mas, num passe de mágica retornamos ao ano primeiramente mencionado, - 1947 – deveríamos ter 6 anos, a casa alugada por este tio, como a quase totalidade da época, não tinha saneamento básico, a água era retirada de um poço, bem como o “banheiro” era fora da casa. O “chuveiro”, era chamado chuveiro de “campanha”, isto a pessoa esquentava a água, colocava naquele recipiente, com roldanas era levantado, com a água “amornada”, começa o banho, que poderia ser interrompido, para a pessoa se “ensaboar”, e fazer a água escorrer novamente.

TV, fogão a gás era um “luxo” que veria bem depois, pois o fogão a gás somente iria “aparecer” nos primeiros anos 50, e TV nos anos 60, mas tudo era muito caro o que dificultava a sua aquisição para as pessoas de meno poder aquisitivo.

Voltando a casa, era de madeira, outra família morava numa parte da casa, ne recordo vagamente, pois tinha tão somente 6 anos, era uma senhora, com três filhos, dois meninos e 1 menina, aliás a menina já era adolescente, a mãe trabalha no Café Alvorada, durante o dia, somente voltava para casa a noite.

Apesar de tudo eles como nós sobrevivemos, sem o “conforto” de hoje em dia, até não sei dizer se éramos mais felizes ou menos felizes em razão disto. Depois veio os primeiros anos da escola, que na época a criança somente ia até ela, quando completasse 7 anos, no nosso caso muita dificuldade de aprendizado, pois repeti o primeiro ano.

Este tio que ainda era solteiro, assumiu, as despesas da casa, pois o meu avó, sofrera um revés na parte financeira, tentava um novo recomeço, perto de onde morávamos havia um açougue, o proprietário fazia charque para vender, meu avó, falando com ele, se predispôs a sair vendendo, para isto era preciso um “veículo”, de tração animal, cedeu uma carrocinha, em que no compartimento uma espécie de um caixa, onde era guardada a mercadoria, muita vezes fui com ele, o inverno era muito rígido naquela época, muita vezes saia com ele, costumávamos cobrir as pernas com um coberto. Onde havia um armazém de “secos e molhados”, parava, oferecia o produto, via de regra queriam, pesava e recebia, e seguíamos em frente.

Estas lidas não duraram muito tempo, pois já estava doente, pois quando sofreu o revés financeiro, - por vários motivos – após anos de trabalho, e que exercia a profissão de tropeiro viajante, isto é, comprando e vendendo tropas de gado. Foram anos de sacrifício, em busca dos “tesouros da terra”, e certamente com suas histórias. Dormiam ao relento, 17h54min. Continua...

Curitiba, 27 de junho de 2024 – Reflexões do Cotidiano – Saul

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Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 03/07/2024
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