O tempo e seus caprichos
Lembra as travessuras e sorri sozinho, não si fazia de arrogado naquelas águas fria banhava quando vinha da escola antes de chegar em na casa, subia nos pés de mangueira, jabuticabas, e improvisava balanços pendurando nas galhas dos arbustos. Com muito receio entrava no velho casarão e ficava observando as traias penduradas, gibão, o estribo direito já que esquerdo quebrou no mourão de cerca, a surrada guaica e a capa gaúcha que muitas vez serviu de cobertor.
Pela janela do casebre via no fundo ao lado a casinha de madeira com seu chaminé fumegante e mamãe no labor coando café, o papai se lavando preparando para depois do jejum tirar leite da Maiada. Sem demora de ponta de pé adentra mais ao fundo e vê pela greta da mata junta seu irmão dormindo, o latido do sultão e cacarejar das mães galinha chamando seus filhos para comer junto a ela. Começa clarear e foi sumindo como miragem, e tudo volta como antes na parede branca e gelada a cadeira de roda amiga naquele apartamento pequeno no vigésimo andar da metrópoles paulista e tudo não passou de um sonho acordado de velho peão.