Cicatriz emocional

Assim como a marca da aliança em meu anelar não desapareceu, a marca da sua alma na minha também se faz visível. Só o tempo e dias ensolarados irão apagá-las.

A vida tem um jeito peculiar de nos deixar cicatrizes.

Algumas são físicas, como a marca de uma aliança, um símbolo de compromisso que, mesmo após ser retirada, permanece como um eco de algo que foi.

Outras, mais profundas e invisíveis, são as marcas que as pessoas deixam em nossas almas.

Você deixou uma marca em mim, uma cicatriz emocional que, por mais que eu tente esconder, é evidente a cada gesto, a cada pensamento solitário.

Passamos tantas tardes juntos, compartilhando sonhos, esperanças e até mesmo nossas inseguranças.

Era como se o mundo lá fora não existisse, e tudo o que importava estivesse entre nós dois.

As estações mudaram, e com elas, nossas vidas também.

O outono chegou com suas folhas caídas, simbolizando a nossa separação.

Ainda assim, a marca da sua presença em minha vida continuava a queimar, como uma tatuagem emocional, resistente ao passar dos dias e das noites.

As pessoas me dizem que o tempo cura tudo.

Que, eventualmente, as memórias perdem a intensidade, e as marcas se desvanecem.

E é verdade, em parte. Cada dia que passa, sinto que a dor da sua ausência se suaviza, mas a marca que você deixou ainda está aqui, mais leve, talvez, mas ainda presente.

Os dias ensolarados ajudam. Naqueles momentos em que o sol brilha forte, sinto como se o calor pudesse derreter as sombras da saudade e da dor.

Caminhar na praia, sentir a brisa fresca do mar no rosto – são nesses instantes que percebo que a vida continua, e a luz do sol começa a apagar lentamente as marcas da tristeza.

Mas, assim como uma cicatriz nunca desaparece completamente, a marca da sua alma na minha também permanece.

Ela se torna parte de quem eu sou, uma lembrança constante de um capítulo significativo da minha vida.

Aprendi a aceitar isso, a entender que essas marcas não são apenas feridas, mas também sinais de crescimento e transformação.

Com o tempo, percebi que as marcas não precisam ser apagadas completamente.

Elas podem ser suavizadas, integradas à nossa existência, e nos lembrar de quem somos e de onde viemos.

enquanto os dias ensolarados continuam a iluminar meu caminho, aceito a marca que você deixou.

Não com tristeza, mas com gratidão.

Gratidão pelo amor que compartilhamos, pelas lições que aprendi e pela força que descobri em mim mesmo.