PARA QUE TER FILHOS?

"Filhos, para que tê-los," perguntou certa feita um amigo meu. Você já teve a sensação de que aquela mãe ou aquele pai nunca deveriam ter tido a honra da maternidade e da paternidade? Que essa experiência única jamais poderia ter sido designada a eles? Provavelmente sim!

Bem, ser pai e ser mãe, a meu ver, vem se tornando um conceito cada vez mais vago na sociedade. Para uns, é apenas quem gera. Gerou, pronto: já pode ser considerado pai ou mãe. Outros, é quem apenas sustenta sem que haja necessariamente um vínculo de afetividade e proximidade. Há também os que querem ser tão amigos que levam os filhos a confundi-los com os coleguinhas de sala ou "amigos" de balada. Isso sem falar dos mais atuais que tem ou querem ter apenas para lucrar (entenda-se: explorar) e exibi-los como troféus em suas redes sociais. Fato é que o conceito de ser pai e ser mãe mudou significadamente em nossa atual sociedade.

Mas, o que antes era tido para muitos como sinônimo de (sem também romantizar os pais e mães do passado que obviamente nunca foram perfeitos) privilégio de procriação, cuidado, ensinamento e referência mínima de exemplo para os filhos, hoje tem-se uma "salada paternal e maternal" com pouca ou nenhuma definição mais clara e real.

Esses dias, por exemplo, uma apresentadora esportiva "brincando" com os colegas de bancada, disse: "Vixi, chegou Julho um problemão para nós, pais por causa das férias escolares," sorriram todos ao final da fala. Só que, a meu ver, essa fala ainda que não tenha sido dita de maneira explícita, revela nas entrelinhas que para muitos pais os filhos em época de férias escolares (espera-se que somente nessa época) são sim sinônimo de correria, cansaço, problema e impaciência, portanto, de muita irritabilidade e trabalho.

Sim, é verdade que filhos dão trabalho. E, é muita verdade também que por vivermos em uma sociedade machista cheia de homens frouxos, bunda moles e folgados que deixam tudo nas costas das mulheres, filhos realmente cansam principalmente para elas. Para uma mãe que chega cansada do trabalho e se depara com um "parasita" no sofá assistindo jogo, bebendo ou fumando, cuidar dos filhos e fazer o jantar sendo que o "parasita" já poderia ter feito tudo isso é uma tarefa bastante desgastante.Total compreensão! No entanto, esse não parece ser o caso daqueles jornalistas (homens e mulheres) que com privilégios (graças a seus trabalhos) gozam de boas condições financeiras e tempo minimamente suficientes para estarem com seus filhos nas férias. Porque na verdade infelizmente para muitos pais filhos são estorvos que atrapalham seus objetivos individuais, profissionais e outros projetos mais.

Talvez, seja por isso, que nas férias um excelente período para que muitos deles pudessem estar com eles (isso realmente para os que tem um mínimo de tempo) ensinando, corrigindo, brincando, disciplinando e sendo exemplos, em resumo: amando, se desesperam e buscam alternativas de entretenimentos (ok, é um direito) para que todo o trabalho de cuidar seja, por exemplos, de terceiros como avós, tios, "viagens e parques aquáticos com recreadores, celulares, etc (nada disso em si é errado e ruim) e não deles, pais e mães. Que buscam na terceirização ou na conhecida expressão: "filhos dão trabalho e, portanto, precisam gastar energia," a solução para uma boa educação. Enfim, cada um cada um.🤷🏽‍♂️

Danilo D
Enviado por Danilo D em 02/07/2024
Reeditado em 02/07/2024
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