O último dia
O último dia, começa como todos os outros. As circunstâncias é que mudam, de uma hora pra outra.
Era uma sexta, de manhã. Na BR 101, eu estava a caminho de Linhares. Vi uma viatura da PRF passar o sinal vermelho em alta velocidade e com a sirene ligada. Logo deduzi que tinha acontecido algum acidente. Não demorou muito pra descobrir. Uns 5km a frente, já tinha cones de sinalização no meio da pista e o trânsito lento.
Ao longe era possível ver uma viatura da PRF, e uma ambulância de resgate.
E quando passei no local do acidente, vi duas motos destruídas, e uma lona cobrindo um corpo, e do outro lado da pista estava o rabecão. Era certeza que alguém teria morrido no acidente.
Continuei o meu trajeto, e logo mais a frente, cerca de uns 12 km, era o local do pedágio.
Chegando na minha vez de pagar, vi um outro rabecão, duas viaturas da PRF e uma ambulância de resgate.
Eu já estava conversando com a atendente, então perguntei se era mais um acidente. E para minha surpresa ela disse que era o mesmo acidente, e disse ainda que estavam parados ali tentando retirar um dos corpos que estava emaranhado na carreta.
Ouvir isso, me deu um nó na garganta...
Uma cena horrível de se imaginar.
Comecei a pensar, que ninguém sabe quando é o último dia. Ninguém sai de casa pra morrer de uma forma trágica daquela.
Pensei na família da pessoa, que vai receber uma ligação devastadora. É um pai que não vai voltar pra casa, um filho que nunca mais vai abraçar a mãe...
Não está nos planos de ninguém, terminar daquele jeito.
Continuei a minha viagem, cumpri os meus compromissos profissionais, e voltei pra casa. Agradecido por Deus me permitir voltar em segurança.
Às vezes chegar em casa já é uma grande vitória, que nem sempre valorizamos.