O começo da borboleta
Antes de me tornar escritora eu fui blogueira. Foi quando comprei meu primeiro computador lá pelos anos de 2007 a 2009.
Minha vida se resumia em trabalhar como vendedora de loja durante o dia e, a noite blogava. Cheguei a ter dois blogs de uma vez onde eu desabafava meu dia a dia com clientes de todos os tipos imagináveis. Precisava desesperadamente descarregar a energia acumulada dos muitos sapos engolidos para manter o emprego. O meu batom vermelho enfeitava aí da mais o sorriso largo de orelha a orelha que eu sustentava das 09:30 às 19:00 hrs. da noite todo santo dia! Meu mundo estava desabando mas algum “mestre dos magos” saído não sei de onde martelava na minha cabeça: “Não se leva problema pessoal para o trabalho”.
Mas, o que eu queria mesmo era tirar os meus escritos da gaveta e escrever um primeiro livro. Escrever o que realmente interessava pra mim e não como forma de distração.
Um belo dia decidi fechar os dois blogs. Exclui mesmo, deletei! Essa atitude radical e talvez precipitada na época me fez sofrer um pouco. Mas não adiantava nem pensar em chorar ou lamentar. Comentei com uma amiga que me disse o que não era novidade pra mim: “Você é louca.”
Eu tinha um objetivo em mente e precisava por em prática, qual era escrever um livro ou dois na vida. Para isso eu precisava encerrar o ciclo antigo e foi o que fiz. Porquê eu me culparia? Passei mais de 30 anos da minha vida me culpando por tudo! Por coisas que fiz e que também não fiz. O blog havia sido pra mim uma espécie de “válvula de escape” mas, agora eu precisava andar com minhas próprias pernas. Ou... voar com minhas próprias asas.
A desgrama é que eu sabia que já sabia voar. Apenas me esquecia ou fingia que não podia. Sabotava a mim mesma por não aceitar que estava madura demais para agir feito uma menina de doze anos que havia perdido um diário. Meu Deus! Nem a barata de Frank Kafka deu tanto trabalho quanto essa borboletinha aqui.
Por tudo isso, enterrei mesmo os blogs e decidi tirar os escritos de minha gaveta, lapidar e escrever. No meio de tudo isso achei um folheto já amarelado que eu havia guardado por alguns anos. E, se guardei é porque ele fazia um sentido pra mim. Peguei esse pequeno folheto numa loja quando fui comprar não sei o que ou, talvez não entrei pra comprar nada e, apenas pra fugir de uma ventania com garoa gelada em um final de tarde. Dizia assim: “Se Deus lhe permite sonhar, Ele lhe permite realizar.” Pronto! Achei mister guardar aquele sinal de Deus para um dia eu lembrar que não posso ser molenga e ultrapassada. Obrigada, Senhor! Vou escrever meu livro, sem neuras, sem traumas, livre de qualquer preconceito e fazendo com que o Senhor seja o único a segurar a caneta em minha mão.
E esse é apenas um pedacinho da minha trajetória e transformações como escritora. Hoje, tenho mais segurança em minhas ações. Experiências vou adquirindo no dia a dia pois pretendo ajudar muitas pessoas que ainda pensam que são lagartas.