Disparou, pra cima, o preço da batata
Nos últimos 12 meses a batata teve aumento de preço em 45% e as donas de casa estão descontentes. Isso porque onde ela é cultivada o clima não ajudou. Ou choveu demais ou não choveu. Nada sei sobre agricultura e economia, mas sei que quando a batata tá barata o consumidor tá contente e o plantador aborrecido; quando tá com preço como agora, alto, o consumidor reclama e o plantador sorridente. Lei do mercado.
E por que “Ao vencedor as batatas”? No romance ‘Quincas Borba’ de Machado de Assis, o personagem conta: “Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos que assim adquire forças para transpor a montanha onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem as batatas não chegam a nutrir suficientemente e (eles) morrem. Ao vencido, o ódio; ao vencedor, as batatas”. Reduzidamente é isso.
Em todas as guerras, principalmente na Europa, foi a batata que amenizou a fome de milhões.
Originária do Peru - América do Sul, ela chegou na Europa por volta de 1600 (hoje cultivada em todo o mundo) e aceita pela vantagem sobre outros produtos: pequena deterioração, fácil plantação e baixo custo. Como se diz por aqui: a preço de banana. Epa! Nada a ver com banana apesar de trissílabos, dos três ‘as’ e dos ‘bs’. Sem esquecer da diferença no cultivo. A batata humildemente escondida sob a terra; a banana exibidamente nas alturas. Mas cada macaco em seu quadrado.
Esqueçamos o macaco, melhor, a banana e vamos ao ponto final. Ao plantador, boa safra e preço justo; às donas de casa o elogio da família e afins: - Ok, você venceu. Batata frita! Ah, claro: domingo tem maionese.
Um adendo: Vovô Abílio adora caipira de Vodca (da Rússia) porque, segundo ele, a fermentação é de batata. Sei lá...!