EXISTENCIALISMO E PSICANÁLISE (LUCY IN THE SKY WITH DIAMOND) (XIX)
EXISTENCIALISMO E PSICANÁLISE
(LUCY IN THE SKY WITH DIAMOND) (XIX)
FILHOS, DE onde eles vêm??? Para onde eles vão??? Eles vêm do passado, vão em direção ao futuro. Lucy Australopiteco se perguntava de onde vinha sua filiação??? Ela não se surpreendia quando um filho dela nascia??? Aquela coisa com cordão umbilical saía de dentro dela. Aquela coisa que tinha cabeça, tronco e membros e, quem sabe, até se parecia com ela. Lucy Australopiteco por certo nem sabia quem era o genitor de daquilo, daquela criança que saía da vagina dela.
LUCY NEM imaginava que havia espermatozoides, que um deles ganharia a corrida dos cem metros rasos para chegar primeiro e ganhar a medalha de ouro na olimpíada da fecundação. Não havia luz racional em sua mente de australopiteco. Ela talvez acreditasse que aquele ser pequeno que saíra de dentro dela tivesse vindo de longe, sem saber da onde, sem saber pra quê??? A simples resposta seria: para dar continuidade à espécie da qual era ela Mãe.
SABERIA ELA especular que era um robô que se procriava a si mesmo??? Que fora criada em laboratório em outra longínqua galáxia??? Ela não saberia dizer o que era um robô, e muito menos um robô que procriava. Por milhões de anos ela não saberia o que poderia ser um laboratório, e muito menos o que poderia ser uma galáxia.
EU NÃO SEI, quem saberia dizer ao certo, se ela já desconfiava ou não, que fazia parte de um experimento Et destinado a colonizar este planeta??? A colônia de macacos da qual ela fazia parte justificava os meios usados para usá-la como ferramenta de procriação???? Quem se importaria que ela estivesse desesperada de dor ao quebrar o braço quando caiu do galho da árvore???? Ela, mãe da humanidade que dera início ao que seria, milhões de anos depois dela, uma colônia híbrida de hominídeos!!!
OS FINS justificavam os meios. A espécie Et que a colocara na condição de madona macaca da humanidade, não estava, possivelmente, nem aí para sua dor ao cair da árvore da vida da qual era um dos prolongamentos de raiz. Seu braço quebrado, seus filhos gerados, eram apenas um acidente da circunstância em que se encontrava com um braço quebrado ao cair do galho da árvore.
ELA NÃO tinha nenhuma mínima importância, enquanto indivíduo, para a espécie Et que a abandonara à própria sorte no mundo da sobrevivência devassa, obscena, escandalosa, dolorida. Como ela deveriam existir dezenas, centenas, talvez milhares da macacada de australopiteco implantada naquele mundão perdido nas florestas arcaicas africanas de muito, muitíssima antigamente.
LUCY AUSTRALOPITECO jamais poderia supor, nem os seus descendentes hominídeos, que o continente africano é cercado pelos oceanos Atlântico a oeste, Índico, ao leste, nem que o mediterrâneo banha o Norte d´África. Como poderia ela saber que a vegetação africana era e é diferente das demais??? Poderia ela saber que a Etiópia fica acima da Linha do Equador??? Ou que o esqueleto mais antigo de um ancestral humano com 3,5 milhões de anos, seria descoberto por paleoantropólogos nas grutas de Sterkfontein, na África do Sul???
COITADINHA DE mamãe Lúcyfer. Vivia desesperada, em pânico, 24 horas por dia. Cercada de animais os mais ferozes. Qualquer cochilo no lugar errado e adeus existência. O zoo pré-hollywoodiano no qual habitava, seu campo morfogenético poderia ajuda-la a organizar os conteúdos medrosos de seu cérebro??? A extensão invisível de suas células poderia conectar-se a um mundo diferente, de pessoas, animais e ambiente menos hostil??? Que dizer dos campos e sistemas que organizam os seres humanos de hoje???
QUE DIZER dos campos e sistemas que fazem os padrões e formas de comportamento e pensamento acontecerem nos dias de hoje, presentes no sistema familiar vigente, descendente daqueles seres terríveis, inapropriados a si mesmos, que sobreviviam em condições tão adversas numa natureza animal e vegetal com a qual deviam, pelas circunstâncias em que viviam, sobreviver???
QUE SERIAM dos descendentes futuros das espécies híbridas de hominídeos, com filiação conexa às criaturas tão desesperadas que lhes deram origem??? Se a mãe da humanidade, Lucy Australopiteco, foi nossa mãe, que se pode esperar de nós, sua posteridade, seus herdeiros, sua descendência??? Os padrões do campo mórfico familiar do qual somos originários eram mais abrangentes em suas energias sutis, que ainda hoje, agora, nos conecta ao mundo de um passado tão incrível, fantástico e distante!!!
QUE PODEMOS fazer de nós mesmos, se nossos ancestrais nos determinaram a existência hostil que ainda hoje, agora, estamos a vivenciar??? O zoo hollywoodiano no qual estamos a presenciar na sala de jantar, com filmes em que seres, que se querem humanos, estão a se matar mutuamente, trucidando-se como se tivessem sido gerados para isso, com essa finalidade???
QUE PODEMOS fazer se a Tv nos condiciona a assistir a miserável sequência de notícias de guerras, debates ridículos, pandemias, ameaças de extermínio nuclear da espécie, em meio às necessidades cada dia mais intensas, na presença de dificuldades cada dia mais prementes, mais aflitivas de sobrevivência???
QUE DIZER dos os candidatos à presidência dos EUA, que se diz ser a maior, mais rica e civilizada democracia do mundo globalizado, a se acusarem de barbaridades dignas de lideranças à moda de Átila, Rei dos Unos, Gengis Khan, Trump Queiro, Bad Bode Bozo, Netanyahu, Mussolini, Putim, Hitler, Kim Jong-un, et caterva. Que dizer de um Trump Queiro que passou o tempo todo do debate com Joe Biden, mentindo e fugindo de responder as perguntas feitas pelo moderador???
QUE SE PODE dizer de uma civilização com astronautas dando pulinhos na lua, enquanto crianças de ambos os sexos são estupradas, comercializadas via internet, como se fossem mercadorias de mercado e feiras de fim-de-semana??? Será que somos todos vítimas do ódio represado de nossos antepassados, de suas condições de sobrevivência hostis que ainda hoje, agora, vivem em nós??? Não se pode deletar o passado. O presente, simplesmente está aí na imposição de ser vivido. Onde estaria a saída??? Se é que existe!!!