NINGUÉM SE CASA SÓ COM ALGUÉM

Casamos com seu entorno, pessoal, profissional e familiar.
Casamos com suas dúvidas, inquietações e manias.
Casamos com seus medos, sonhos e realizações.
Casamos com sua resiliência, insolência e rebeldia.
Casamos com seus ganhos, prêmios e perdas.
Casamos com seus aplausos, vaias e contestações.
Casamos com seu legado, flores e frutos.
Casamos com suas ervas daninhas, rebarbas e erros de percurso.
Casamos com seus tesouros, trunfos e reinados.
Casamos com seus gozos, alegrias e bênçãos.
Casamos com seus segredos, mistérios e relíquias.
Casamos com seus penduricalhos, bugigangas e trastes.
Casamos com seus rastros, pegadas e sombras.
Casamos com suas varandas, sótãos e porões.
Casamos com suas ciladas, derrapadas e motins.
Casamos com seus perfumes, especiarias e quitutes.
Casamos com suas pragas, encardidos e maldições.
Casamos com seus galopes, mergulhos e escaladas.
Casamos com suas farsas, engodos e dissimulações.
Casamos com seu começo, meio e fim.
Pensando bem, seria bem monótono, desestimulante e sem graça
casarmos só com alguém,
deixando de desfrutar de tudo o mais que vêm de lambuja

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 28/06/2024
Reeditado em 28/06/2024
Código do texto: T8095328
Classificação de conteúdo: seguro
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