A Antipopular e Neoliberal Política Econômica de Lula e Haddad
Na última eleição presidencial, onde se esteve em disputa um projeto de barbárie social capitaneado por Bolsonaro e a candidatura de Lula, eu votei no atual presidente. E não me arrependo disso, porque qualquer candidato, mesmo uma mosca, seria melhor do que votar no fascista.
Entretanto, o meu apoio ao petista naquela eleição foi de forma crítica. Não por achar que Lula fosse resolver os problemas do Brasil como é necessário. Ele não vai ao âmago das problemáticas sociais: propor a reforma agrária, a reforma urbana, a distribuição efetiva de renda, combater o rentismo. Muito pelo contrário, o meu apoio era crítico, por observar desde o primeiro mandato do Lula, que o PT e os seus membros foram se aproximando dos interesses burgueses.
Desde a Carta aos Brasileiros no primeiro mandato, quando o ex-sindicalista se rendeu a burguesia, pode-se observar a política conciliadora de classes, a qual tenta, erroneamente, uma falsa harmonização ao oferecer avanços sociais às classes subalternas, mas sem deixar de fazer alianças com a elite.
E hoje isso é possível observar no governo Lula 3.0, principalmente na sua política econômica, quando o ministro Fernando Haddad, que nunca me convenceu como candidato à presidência em eleições passadas, e que agora se demonstra cada vez mais um bom mocinho liberal. Suas ações atendem aos interesses dos banqueiros.
Ele desenha um novo teto de gastos públicos no país, muito parecido com o efetivado por Temer e traz um grande impedimento para o desenvolvimento da nação. Apesar dos avanços sociais do governo Lula, sua política econômica é anti popular ao propor um receituário que retira investimentos do Estado em áreas fundamentais.
Haddad anunciou que proporá mudanças no formato dos pisos (gastos mínimos) em saúde e educação. Essa proposta, em sua visão, propõe evitar colapso nas regras fiscais do país e garantir a sustentabilidade das contas públicas. O objetivo é atrelar o crescimento dessas despesas à lógica vigente no arcabouço fiscal, limitando o aumento real a 2,5% ao ano. Velha historieta para agradar o desumano mercado e penalizar a sociedade com a precarização de serviços básicos.
Segundo cálculos da Secretaria do Tesouro Nacional, as áreas de saúde e educação poderiam deixar de receber até R$ 504 bilhões em nove anos, entre 2025 e 2033, caso as regras atuais para os pisos nessas áreas sejam alteradas. Isso pode impactar diretamente a qualidade e a disponibilidade dos serviços públicos essenciais.
O ministro da Fazenda sugere limitar o crescimento real dos gastos em saúde e educação a 2,5% ao ano. Isso significa que, mesmo com o aumento das necessidades da população, os recursos destinados a essas áreas teriam um crescimento restrito.
Este cenário pode afetar diretamente a qualidade dos serviços públicos essenciais. A redução dos gastos mínimos nessas áreas pode comprometer o acesso universal à saúde e à educação. Investir nessas áreas é fundamental para o desenvolvimento social e econômico do país. Situação esta que se instala fere inclusive os direitos assinalados na Constituição.
Reduzir os gastos mínimos em saúde pode impactar diretamente o acesso dos mais vulneráveis a serviços médicos. Hospitais públicos, postos de saúde e programas de prevenção podem sofrer com a falta de recursos.
Pessoas de baixa renda, que dependem exclusivamente do sistema público de saúde, podem enfrentar longas filas, falta de medicamentos e dificuldades para marcar consultas. Em resumo, a política econômica conciliadora de Lula é um retrocesso ao desenvolvimento social. Haddad beija a mão invisível e maldosa do mercado e se torna um tecnocrata bem domesticado a serviço da elite. Ele cria um novo testo de gastos públicos que se efetivado irá limitar o investimento em áreas fundamentais para as necessidades do povo brasileiro.
27.06.2024