DOSTOIÉVSKY X TOLSTÓI – DOIS

Religião sempre foi um assunto confuso para minha cabeça, e meus pais também não ajudavam muito, quanto mais o tempo passa menos entendo.

Meus pais eram uns católicos de araque, só lembravam da igreja quando tinham festas, batizados e casamentos, comida grátis, bebida e conversa para jogar fora.

E minha relação com a “fé” já não começou bem. No meu batizado o padre ficava olhando para os seios da minha madrinha. “Vai saber onde esse cara jogou água benta no meu corpo”.

Minha avó (mãe do meu pai), era mãe de santo, ele sempre dizia, que nunca acreditou que os espíritos podiam se incorporar em pessoas vivas. O que ele realmente gostava, era quando alguma mulher em uma das reuniões do terreiro da minha avó, incorporava algum “caboclo” e por “acidente” sentava no colo dele. Ele tinha uma devoção alegórica por São Jorge. Mandava fazer cordões e anéis com a imagem do santo, não sei se ele realmente acreditava naquilo, e também não sei se trazia proteção.

Minha mãe era uma comédia, quando perdia alguma coisa e ficava fazendo promessas para São Longuinho, que ela sempre pagava com três pulinhos. Ainda tenho o terço, que ela tinha quando morreu, foi um presente que minha tia Vivi deu pra ela.

Eles eram rígidos com a nossa educação, mas, nunca se importaram com as escolhas que eu e meus irmãos fizemos referente ao assunto religião.

Sexta-feira da paixão é o dia que sempre lembro deles juntos, meu pai comprava o peixe, minha dava um show na cozinha, era sempre um dia feliz. Sei, que comer carne nesse dia não vai me fazer mal, eu não como mesmo assim. Um peixe bem preparado sempre é bom.

Quanto a Dostoiévky e Tolstói, ainda não tenho opinião formada.

Telly S M
Enviado por Telly S M em 27/06/2024
Código do texto: T8094771
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