RECORDANDO O PASSADO...
Tudo que já vivemos era melhor, não é mesmo? No passado tínhamos mais paciência, esperavamos tudo se realizar no seu tempo... o rádio de ondas médias, curtas e moduladas, que algumas vezes não queria sintonizar estação alguma... e às vezes sintonizava até o que não queriamos... os LPs com duas faces, onde você poderia ouvir até doze canções de seus artistas favoritos... a TV preto e branco, com uma imagem ruim, onde você assistia os primeiros ( e melhores) passos da teledramaturgia tupiniquim... sim, esses eram alguns dos avanços tecnológicos da época, que nos deixava simplesmente fascinados pelo progresso que nos alcançava...
Nós, que vivemos essa época, ouvíamos nossos pais... e nossos avós... dizer que tempo bom era o da sua infância e juventude... que a modernidade que alcançáramos era coisa do capeta... como é que se podia colocar pessoas dentro de uma caixinha?
A gente morava nos arredores da cidade... hoje chamamos de periferia... e a cidade, de centro. Quando íamos dos bairros para o que hoje é o centro, pegávamos um ônibus para a "cidade".
As casas não tinham muros, e quando os tinham, eram baixinhos, tão baixinhos que se alguém quisesse poderia invadir sem nenhuma dificuldade. Mas ninguém queria, todos respeitavam a propriedade alheia. As pessoas não entravam na casa de alguém sem ser convidadas...
As ruas eram arborizadas, árvores frondosas distribuíam sua sombra para todos... boa parte delas eram frutíferas, então apanhavamos seus frutos sem problema algum...as calçadas eram enfeitadas com pés de flores de todos os tipos, de margaridas a hortênsias, sempre vivas e girassóis... vivíamos em um paraíso, onde o canto dos pássaros e a beleza das borboletas enfeitavam nosso dia...
Mas... o passado era assim tão maravilhoso? Claro que não... tínhamos problemas em nosso dia a dia... mas que o distanciamento de tudo que passou elimina os momentos não tão bons, deixando em nossa lembrança apenas os momentos felizes... e é ótimo que seja assim... afinal, recordar o passado é tão gostoso, não é mesmo?