O casal de passarinheiros

A madrugada estava fria. O casal debaixo das cobertas , abraçadinhos, acordados, conversavam, trocavam carícias... estavam nos preliminares...

Ela com seus dedos finos tocava-lhe a nuca, os pés se acariciavam . Agora se beijavam, as línguas eram como cipós a se entrelaçarem.

Suas mãos desciam até a cintura, seus dedos deslisavam pelo umbigo. Ele fora seduzido por aquele umbigo. Ela jura que jamais tentou seduzi-lo, o umbigo simplesmente ficara a amostra no momento de apanhar o gelo na geladeira. Não foi intencional. Ela sempre diz isto deixando um risinho duvidoso no ar.

Subitamente ele interrompe o beijo. Paraliza as mãos. Descola os lábios, levanta a cabeça pra fora da coberta para melhor ouvir o som.

Ele ouvira um canto:

Será um acauã? Perguntou ele.

Ela , suavemente:

Não amor, é uma galinha de angola...

Ela o abraça puxando para cima de si. Segundos depois os gemidos de dentro do quarto ecoam na madrugada abafando qualquer possibilidade de ouvir canto de corujas, bacuraus, urutau, tuju...

Jorge Sousa
Enviado por Jorge Sousa em 27/06/2024
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