O casal de passarinheiros
A madrugada estava fria. O casal debaixo das cobertas , abraçadinhos, acordados, conversavam, trocavam carícias... estavam nos preliminares...
Ela com seus dedos finos tocava-lhe a nuca, os pés se acariciavam . Agora se beijavam, as línguas eram como cipós a se entrelaçarem.
Suas mãos desciam até a cintura, seus dedos deslisavam pelo umbigo. Ele fora seduzido por aquele umbigo. Ela jura que jamais tentou seduzi-lo, o umbigo simplesmente ficara a amostra no momento de apanhar o gelo na geladeira. Não foi intencional. Ela sempre diz isto deixando um risinho duvidoso no ar.
Subitamente ele interrompe o beijo. Paraliza as mãos. Descola os lábios, levanta a cabeça pra fora da coberta para melhor ouvir o som.
Ele ouvira um canto:
Será um acauã? Perguntou ele.
Ela , suavemente:
Não amor, é uma galinha de angola...
Ela o abraça puxando para cima de si. Segundos depois os gemidos de dentro do quarto ecoam na madrugada abafando qualquer possibilidade de ouvir canto de corujas, bacuraus, urutau, tuju...