SORRISO SEDUTOR
Pela janela ainda dava para ver um pouco para fora de casa.
Antes havia ali um terreno verde, com uma grama baixa.
O chão já estava branco. Alguns centímetros de neve já haviam se acumulado. As plumas caiam lentamente, numa dança continuada e não sincronizada.
A neve também se acumulava em folhas, troncos inclinados, cerca de arame farpado, taipas de pedra.
O fogão à lenha deixava o ambiente interno quentinho.
Havia muita lenha ali.
Estavam no começo de dezembro e precisavam de lenha para chegar até maio.
Sem nenhuma luz artificial, agora, enquanto o sol se recolhia. a cabana dependia da luz das chamas.
O sorriso dela iluminava mais do que as chamas.
Era um sorriso aberto, provocante e fácil.
Ela era a cara da felicidade. Aquele sorriso sedutor o embriagava mais do que o vinho.
Naquele momento não mais seria possível reclamar do frio de lá fora.
Os problemas, os planos, as culpas, …
Tudo havia desaparecido.
A felicidade estava visível.