SORRISO SEDUTOR

Pela janela ainda dava para ver um pouco para fora de casa.

Antes havia ali um terreno verde, com uma grama baixa.

O chão já estava branco. Alguns centímetros de neve já haviam se acumulado. As plumas caiam lentamente, numa dança continuada e não sincronizada.

A neve também se acumulava em folhas, troncos inclinados, cerca de arame farpado, taipas de pedra.

O fogão à lenha deixava o ambiente interno quentinho.

Havia muita lenha ali.

Estavam no começo de dezembro e precisavam de lenha para chegar até maio.

Sem nenhuma luz artificial, agora, enquanto o sol se recolhia. a cabana dependia da luz das chamas.

O sorriso dela iluminava mais do que as chamas.

Era um sorriso aberto, provocante e fácil.

Ela era a cara da felicidade. Aquele sorriso sedutor o embriagava mais do que o vinho.

Naquele momento não mais seria possível reclamar do frio de lá fora.

Os problemas, os planos, as culpas, …

Tudo havia desaparecido.

A felicidade estava visível.

Valdecir Bortolossi
Enviado por Valdecir Bortolossi em 26/06/2024
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