BOA NOITE CINDERELA
O ônibus vindo de São Paulo estacionou no terminal rodoviário, exatamente às 8 horas. Os passageiros ainda sonolentos e cansados começaram a descer. Clodoaldo parou um pouco no degrau da porta do ônibus. Colocou os óculos escuros, olhou de um lado para o outro e desceu. Retirou a mala do bagageiro, ajustou um táxi e foi para a casa do amigo Brivaldo.
Clodoaldo foi recebido com festa pelo amigo e sua família. Beberam várias cervejas para comemorar a chegada.
À noite Clodoaldo saiu. Queria conhecer a cidade, ver a mulherada, como ele mesmo dizia e para tanto se produziu todo. Indagou de um transeunte sobre o point das garotas e para lá se mandou.
Sentou-se numa mesa ao canto e pediu uma cerveja. Fazia pose de galã e logo atraiu o interesse de duas garotas muito bonitas. Fez sinal com a cabeça e as duas se aproximaram. Começaram a conversar e logo Clodoaldo pediu mais uma cerveja e copos paras as meninas. Assim permaneceram por várias horas, com muita conversa e cerveja. Uma das moças convidou o rapaz para um local mais discreto e sossegado. Clodoaldo sorriu sarcasticamente, animou-se todo e topou a parada. Bastante “alto” e quase que amparado pelas duas meninas, o rapaz foi andando em direção a um motel nas proximidades onde praticamente caiu na cama, sonolento. Uma das meninas cobriu o galã de beijos e carinhos, enquanto a outra rapidamente lhe tirava a roupa. Clodoaldo sentia-se um verdadeiro galã.
À medida que uma das moças lhe tirava a roupa, a outra vasculhava a sua pochete retirando todo o dinheiro que o rapaz possuía, resultado de meses de trabalho. O rapaz praticamente desmaiou. Clodoaldo acordou horas depois com uma tremenda dor de cabeça. Olhou em volta e não encontrou as garotas. Correu a procura da pequena bolsa e a mesma estava jogada ao chão vazia. As pilantras rabiscaram as paredes com batom, beberam e comeram tudo que tinha no frigobar. Clodoaldo lembrou-se então do aviso do amigo Brivaldo, sobre duas piranhas que estavam aplicando o conhecido golpe chamado "Bela Adormecida", em homens incautos. Clodoaldo teve que contar com a ajuda do amigo Brivaldo para pagar as despesas do motel, incluindo a pintura das paredes rabiscada. Bastante humilhado ele teve vontade de chorar.