Mansão do sonho eterno
Em algumas noites, sou arrastada para os corredores intermináveis de uma mansão branca, antiga e sombria. No centro dela, uma árvore imponente se ergue como um guardião sinistro, suas folhas não sussurram segredos, não existem ecos nos vazios corredores. Quartos e mais quartos se estendem ao meu redor, cada um esconde mistérios que eu nem sei desvendá-los. Nessa imensidão, o silêncio se ergue, sussurrando meu nome num eco distante.
É um sonho que se repete, como um ciclo eterno de inquietação. Cada vez que tento encontrar uma saída, me vejo seguindo o mesmo trajeto distorcido, vivendo a sensação de déjà vu que me arrepia a alma. A casa, com suas paredes descascadas e portas rangendo ao vento, parece se modificar sutilmente, como se estivesse viva, observando-me com olhos invisíveis.
A árvore é o epicentro de tudo. Seu tronco retorcido parece se contorcer em sombras dançantes, enquanto suas raízes se estendem pelas profundezas da casa, como tentáculos famintos em busca de algo que nunca compreendi completamente. Às vezes, me aproximo dela com uma mistura de fascínio e medo, toco o tronco na esperança de obter respostas, mas sinto apenas o silêncio. Nesse tempo distorto, minha intuição reverbera na minha epiderme, demonstrando no arrepiar da pele que a árvore guarda segredos tão antigos quanto o próprio tempo.
A cada despertar, o pavor se mistura com a curiosidade. O que essa casa espectral está tentando me dizer? Será que há algo oculto nas sombras que se movem nos cantos escuros dos meus sonhos? A sensação de estar perdida dentro desses corredores infinitos se entrelaça com a certeza de que há algo além do meu entendimento, algo aguarda pacientemente para ser revelado.
Nessas noites inquietas, aprendi a aceitar a escuridão como uma companheira de jornada. Cada batida do meu coração ecoa nas paredes frias da mansão, quebrando o ensurdecedor silêncio, enquanto eu me aventuro mais fundo na teia de mistérios que a cercam. Essa casa, tão insensível e absurdamente real em meus sonhos, se torna uma metáfora para minha própria psique, um labirinto de medos não ditos e verdades enterradas sob camadas de memórias distorcidas.
À medida que o ciclo se repete, a sensação de urgência cresce dentro de mim. A árvore frondosa no centro, com suas folhas verdes-musgos, parece esperar por algo que ainda não consigo compreender completamente. Enquanto continuo minha jornada solitária pelos corredores silenciosos, uma pergunta persiste: qual preço devo pagar para desvendar os segredos desta mansão dos sonhos eternos?