A rua no fim da tarde
Durante minha tempo cheguei antes de pôr do sol em casa, passei algum tempo chegando bem depois também.
Este ano, por conta da saída do trabalho eu chego no horário exato do pôr do sol.
Quando viro na minha rua o sol está se pondo e todos os dias tenho a graça de presenciar esse espetáculo.
Olho pro fim da rua e a lua aparece majestosa sob o morro de matinha no fim da rua, por lá passa o rio, se atravessa a ponte e segue-se mais para o interior do meu bairro.
Olho para o começo da minha rua e avisto a serra das Araras e o sol se pondo atrás das montanhas, num espetáculo de cores, rosa, amarela, laranja, azul claro.
E por uns instantes fico parada no meu portão, dentro do carro, tentando registrar esses fragmentos de memória e pôr do sol.
De um lado a noite chega, e de outro o dia se despede. E eu ali, entre o agora e o depois, um momento mágico que dura breves segundos. E pronto! Tudo agora é noite. Um céu estrelado e um vento gelado de inverno. O dia acabou!
Durante muito tempo ao parar no meu portão, perguntava a mim mesma se a vida seria apenas isso, por longos e longos anos.
Aí junta a tristeza, a ansiedade, o medo do futuro.
Mas há algum tempo, venho combatendo os pensamento de tristeza, e encontrar esses fins de tarde minha rua, me faz ver o quanto este lugar tem o seu valor, e o quanto a vida ainda pode ser bela. E que presente é poder vivenciar cenas tão lindas. Pena meu celular não conseguir captar tamanha beleza, é mesmo lindo!