O ETERNO RETORNO HUMANO
Não finjas viver, pois a vida não se sustenta apenas de esperança e saudade. A vida é muito mais. Ela é um mosaico de momentos, uma dança contínua entre o eterno e o efêmero. Em cada instante, somos convidados a desvendar mistérios, a buscar aquilo que parece sempre além de nosso alcance. Mas, paradoxalmente, é nesse movimento incessante que encontramos o verdadeiro sentido de nossa existência.
A vida é essa eterna busca pelo eterno, uma jornada que nos leva a confrontar nossos medos, a abraçar nossos sonhos e a redescobrir nossa essência a cada passo. No silêncio das noites estreladas, sob o manto do Uno de Plotino, percebemos que somos partes de um todo maior, conectados por fios invisíveis que tecem a tapeçaria do universo. Nesse cenário grandioso, nossas pequenas histórias se entrelaçam, criando um desenho complexo e belo.
Em cada reencarnação, como diria Blavatsky, temos a chance de recomeçar, de corrigir erros passados e aprender novas lições. Somos viajantes cósmicos, peregrinos de um destino que se revela em capítulos. E é essa possibilidade de renascimento que nos dá a coragem de continuar, de enfrentar as adversidades com a sabedoria dos ensinamentos de Sêneca e a firmeza das palavras de Epicteto.
Mas a vida também é feita de encontros e desencontros. Cada encontro é uma oportunidade, um espelho que nos reflete e nos desafia a crescer. Cada desencontro é uma lição, uma prova de que nem tudo está sob nosso controle e que a arte de viver reside em aceitar o inesperado. Nessa dança, a ética de Aristóteles nos guia, lembrando-nos de que a virtude está no equilíbrio, no meio termo entre os extremos.
O eterno retorno de Nietzsche nos ensina que a vida é cíclica, que os momentos se repetem e que, portanto, cada ação nossa tem um peso eterno. Essa visão nos impele a viver com autenticidade, a fazer escolhas que honrem nossa essência e a enfrentar nossos desafios com coragem. O mundo das ideias de Platão nos inspira a buscar o ideal, mas é na prática diária, no aqui e agora, que realmente nos tornamos humanos.
A vida é essa oportunidade de, cada vez, aprender a ser humano. É no calor das emoções, nas dores e nas alegrias, que forjamos nosso caráter e construímos nossa história. A cada instante, temos a chance de nos reinventar, de crescer e de nos aproximar daquilo que verdadeiramente somos. E é nessa busca constante que reside a beleza da existência.
Portanto, não finjas viver. Abrace a vida em sua totalidade, com seus mistérios e desafios, com suas belezas e imperfeições. Pois é nesse movimento contínuo, nessa eterna busca pelo eterno, que encontramos o verdadeiro significado de ser humano.
Tião Neiva