Meu caro amigo, você é um barato
Ilyanna é uma garota de 17 anos da cidade de Namur, no sul da Bélgica e está no Brasil há seis meses em um intercâmbio cultural. Como já conhecia um pouco da língua portuguesa, não está passando por tantas dificuldades. Entretanto, vale lembrar, estamos nos referindo a “Última flor do Lácio (*), inculta e bela”. Aí...!
Um dia, sem querer, correu os olhos no notebook do seu anfitrião e viu escrito lá o que seria – ou era pra ser, uma carta com o título: Meu caro amigo, você é um barato.
Como assim ‘caro’ e ‘barato’? Ela sabia que ‘caro’ significa que um determinado produto está acima do preço. E como não conhecia o antônimo de ‘caro’, julgou que ‘barato’ deveria ser o macho (ou masculino) daquele bicho que 99% da população não vê com bons olhos e que em seu país, apesar de não ter muitos, é conhecido por blatella.
E para sair da dúvida pediu socorro à família que, preocupada em não provocar um constrangimento internacional, se apressaram em dar as explicações. ‘Caro’, nesse sentido, quer dizer ‘especial’, ‘querido’ e ... etc. ‘Barato’, também nesse contexto, é um sujeito que proporcionava muita alegria.
Desfeitas as dúvidas, Ilyanna mandou mensagem ao seu pai dizendo que por aqui, tudo as mil maravilhas e que soubesse que, para a família, ele era um ‘barato’ e especialmente ‘caro’.
Tomara que seu pai não tenha a necessidade de ir ao dicionário.
(*) Lácio, Itália.