HB 20
O ano era 2013, ia pela metade quando meu filho, junto com mais dois outros amigos dele, e irmãos entre si, se juntaram e decidiram que deveriam buscar novos ares e dar início a uma vida nova.
Deixaram Porto Velho-RO, médicos recém formados, chegando em Santa Catarina com esperança e muita vontade de ganhar seus primeiros e esperados plantões, e claro, terem a oportunidade de satisfazer algumas vontades contidas ao longo da faculdade, já que vinham de situações parecidas e de poucos recursos.
Meu filho logo em seguida aos primeiros contratos em postos de saúde e com os plantões sempre pagando em dinheiro e com muita frequência, recebeu propostas dos bancos com cartões de crédito e limites na conta.
Não demorou para comprar o primeiro carro direto na concessionária, um HB20 2.0, preto.
Lembra ele que ao chegar no posto de gasolina para a primeira tanqueada, quando perguntado pelo frentista quanto era para abastecer de gasolina, respondeu com vontade e de pronto: - Completa! De tanto que quando estudante, precisava contar as moedas para colocar um ou dois litros na moto Suzuki Intruder 125cc, para ir à faculdade.
No entanto, nem só de alegrias o período que se seguiu foi agraciado. Durante todo o tempo de uso, sempre teve problemas com sinistros.
Houve uma vez que ao voltar da Oktoberfest em Blumenau, o carro ainda não tinha dois meses de uso, um maluco na rodovia SC-470, ao ultrapassa-lo e não dar vazão adiante, ficou provocando e não deixava ele ultrapassar e nem saia da frente, como que ditando a velocidade da rodovia.
Em dado momento e sem nenhuma razão que justificasse, freou, engatou marcha ré e acelerou de encontro à frente do HB20 em que estavam os três. Resultado, o carro ficou mais de 3 meses até que o reparo fosse concluído. O maluco sumiu e ninguém viu. Depois de pronto, ainda em Indaial, numa rotatória, uma situação curiosa, ao invés de seguir, como quando se está numa rotatória, a motorista da frente freou antes de sair do circuito causando novo sinistro.
Comigo mesmo, na Br 101, uma carreta abriu para ultrapassar quando eu já vinha ultrapassando próximo a altura do rodado traseiro, com muita habilidade segurei no braço e entre o guard-rail e a carreta, evitei de ser jogado no concreto que divide a rodovia, mas fiquei sem o parachoque dianteiro arrastada pelo motorista abusado. Porém, o pior estava por vir.
Numa manhã de inverno, com chuva fina, pista molhada, ele indo para um dos plantões em Barra Velha, aquaplanou e bateu na divisa de concreto que separa as pistas da BR, capotou pelo menos umas 4 ou 5 vezes parando com as rodas no asfalto, em posição de rodagem. Porém, sabendo que havia sido bem traumático o acontecido, ficou imóvel à espera do resgate, que não tardou em aparecer, visto que o ocorrido se deu próximo à PRF.
Fratura constatada na lombar, precisamente na L2.
Bem, como médico plantonista ele não podia se dar ao luxo de aguardar melhora pelo que o colega do pronto socorro atestou, e, em uma semana já estava de plantão novamente, usando o que de melhor para aquela situação, colete imobilizador para a coluna.
O carro? Perda total. Após isso, começa uma nova epopeia, onde deixar o carro batido!
A princípio ficou em casa, até que nos mudamos para uma outra casa com contrato de 6 meses apenas, à espera de uma outra casa, essa sim com contrato de um ano, para depois em definitivo, ao nos mudar para Joinville, contamos com a boa vontade da Geane e sua família, que o recolheu em seu sítio, lá ficando por quase um ano, para somente agora ir para um local, penso, definitivo.
Esse relato é para apresentar, depois de 4 anos, fiz a última transferência de local para acomodar o que sobrou do HB20.
Com ajuda dos amigos, César Sagboni, e sua companheira, Cláudia Kloss, me foi oferecido o terreno que eles possuem em Itapoá, podendo assim ficar à espera do desfecho final que é o desmanche, claro, após regularização dos documentos para tal.
O vídeo que segue é pelo que o HB20 proporcionou ao longo do tempo que dele podemos usufruir, afinal, nos foi útil e de bom conforto.
Grato, companheiro, sigamos nossos caminhos.