"GERAR DIFICULDADES PARA VENDER FACILIDADES"
Quinta-feira, 20 de Junho de 2024.
A sabedoria popular criou uma enorme gama de enunciados, onde descreve muitas, ou todas, as ações que costumamos perpetrar nesse nosso cotidiano. E em todos os âmbitos dele. Mas é no burocrático que a população encontra e esbarra tantas dificuldades para resolver certas questões.
E dentro dessas citações populares, há uma que se relaciona diretamente com esse âmbito. E ela afirma "criar dificuldades para vender facilidades". E isto é a pura verdade. Não há quem não encontre ou esbarre em uma ou mais delas para resolver sua vida.
Teoricamente, digamos, a existência do serviço de despachante, que conta com uma variável chamada de "zangão", deveria existir apenas para as pessoas muito atarefadas, e com muito dinheiro, que pensam que o uso de um deles sai mais barato do que ele próprio desenvolver as ações na solução de um pleito burocrático. Mas não é assim que se dá neste país.
O uso de um despachante, ou zangão, parece ser até uma regra. Porque grande parte da população não quer enfrentar as tais de dificuldades criadas pelos agentes públicos, preferindo gastar dinheiro com os serviços daquelas duas opções e ver-se livres de tais empecilhos, bem como ver seus casos resolvidos com mais urgência. Mas se sabe muito bem o que rola nessas práticas.
Outro ponto: parece não ter adiantado quase nada o emprego da informática/digitalização no serviço público brasileiro. E um exemplo fácil e rápido disso é observar-se o tal de tele atendimento, o uso de um sistema que, dizem, o emprego de robôs nesses tais. Geram tanta complicação, até mesmo numa questão fácil. Fora isso, o tempo que se perde nisso, é algo estarrecedor. E olha que os americanos, há tempos atrás, usavam uma tal de TED, (tempo é dinheiro). Mas o brasileiro, infelizmente, parece não tê-la aprendido.
Ainda com certas dificuldades nesses serviços, quase nunca é resolvido pouco tempo após a remessa da documentação pelo sistema eletrônico. O que se poderia esperar solução de apenas um ou dois dias, leva, em muitas das vezes, uma semana ou mais para o seu desfecho. Uma coisa verdadeiramente espantosa.
E não há como se resolver isso. A impressão que se tem é a de que existe um certo engessamento nas ações dos agentes públicos brasileiros, que os impede de gerar opções num caso de dificuldade do contribuinte. E isso é sempre assim. Talvez por isso haja a perpetração do uso da "venda de facilidade".
Mas num exercício fácil de se realizar, seria possível imaginar-se o custo dessas operações todas geradas em dificuldades públicas? O resultado alcançaria, com certeza, um valor pra lá de astronômico. Acreditam?