Mulheres

Cada uma têm suas histórias e vivencia as experiências de modos diversos.

Uma mulher é questionadora e está com o coração cheio de raiva por conta das injustiças que sofreu.

A outra possui uma visão mais sensível e doce. Com voz calma e olhar terno ela mantém a esperança.

Uma está desanimada pelo cansaço.

Outra segue cheia de energia, pronta para agarrar todas as oportunidades que surgirem.

Uma luta com o emocional calejado pelas perdas.

Outra com braços abertos e sorriso no rosto está pronta para acolher quem precisa de uma palavra de apoio.

As experiências dos anos vividos trazem bagagens que cada uma carrega de um modo.

Elas fazem escolhas: ter filhos biológicos, não ter filho, adotar, trabalhar fora, estudar, trabalhar apenas dentro de casa, viajar, casar, não morar junto na mesma casa, namorar, ficar solteira, começar outra relação depois do divórcio, casar novamente, ter um companheiro, ter uma parceira, não ter ninguém.

A amizade de outra mulher é o que há de mais precioso na vida.

Elas são como irmãs que se escolheram.

Para todas elas a existência é uma mistura de perdas e ganhos, delícias e dores, alegrias e vazios.

As idades, temperamentos, escolhas e trajetórias são distintas.

Os talentos são múltiplos, mas nem sempre reconhecidos.

Mulheres são educadas para cuidar do outro, para agradar, ser bela, fazer tudo com perfeição, valorizar o externo e se esquecem, muitas vezes das próprias necessidades, desejos, vontades e de deixar espaço para si mesmas.

Colocar limite para os outros e não permitir que ele seja ultrapassado é essencial para todas e em qualquer idade.

São profissionais potentes no que escolhem fazer, o cuidado com o outro / a outra é curativo, elas transformam qualquer casa em lar, o colo dá alento e é curativo.

Talentosas para dançar, cantar, educar, atuar, escrever, pintar , produzir, gerir.

Foram consideradas frágeis fisicamente , mas essa teoria não se sustenta.

Com muitos recursos internos, força de trabalho, capacidade emocional, inteligência e sagacidade elas são o alicerce social ,nem sempre valorizado.

O toque de uma mulher aquece, restaura e traz esperança.

Como diz um ditado popular: "quem não é mulher é filha/filho de uma delas".

De todas as etnias, classes sociais, religiões, múltiplas sexualidades elas merecem ser valorizadas por parceiros ou companheiras.

A mulher madura, lindamente grisalha, merece ainda mais reverência. Ela continua capaz, pulsando, sentindo desejo, querendo carinho, colo, parceria.

A mulher quando apoiada por outra mulher, ou por um homem aliado, que não reproduz opressão, traz esperança em dias melhores.

Todas merecem:

Menos julgamentos e mais compreensão,

Menos dedos apontados e mais partilha.

Menos rótulos e mais diálogos.

Menos cobrança e mais escuta.

Menos olhares duros e mais abraços.

Menos "você tem que" e mais "só você sabe o que é melhor para você.

Menos pré-conceito e mais interesse genuíno em aprender com outras possiblidades.

Como diz a bela letra e uma música popular "nada nos define", somos multifacetadas.

Nossas roupas, a opção pelo uso ou não de maquiagem, a pela madura com ou sem rugas, uma carreira profissional ou o trabalho de cuidado da casa e filho(a), de qualquer estado civil, se escolheu ou não ser mãe, com dinheiro na conta bancária ou não, nada disso as resume.

São seres humanos complexos e durante toda a vida capazes de mudar de opinião, agir, aprender, trabalhar, ter amizade, amar e sonhar.

Texto dedicado às potentes :

Mirian Goldenberg, antropóloga, professora, pesquisadora e escritora. Instagram @miriangoldenberg

e

Avós da Razão (apresentadoras com mais de 80 anos e muita potência). Instagram : @avosdarazao

Manuh Danorte
Enviado por Manuh Danorte em 19/06/2024
Reeditado em 19/06/2024
Código do texto: T8089319
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