BELEZA APARENTE
Maria de Fatima Delfina de Moraes
Quem vê no Rio de Janeiro o paisagismo por onde o turista passa, talvez não avalie o que o cidadão passa.
Em dia de trabalho ou não, já não se tem paz.
Meliantes nunca saem de férias.
As crianças já não podem brincar nas ruas. As caminhadas matutinas já precisam ter horários "seguros".
Então já vamos para a rua sem dinheiro, sem celular e apenas o documento no bolso, para caso nos aconteça alguma fatalidade.
Muitas pessoas mortas e baleadas por uma porcaria de aparelho celular. Ele tem mais valor que uma vida humana.
O empresariado quer aumentar seus lucros, e quando se fala em turismo não se conta que toda a beleza é aparente.
Quantos policiais precisamos colocar nas ruas?
E a mesma sociedade que ganha seus milhões, é a primeira a criticar o trabalho desses heróis que precisam orar todos os dias antes de sair de casa.
Fala-se muito dos confrontos. Em áreas ocupadas por tráfico e milícia o morador não tem escolha. Eles são obrigados a estar nas ruas até com seus filhos para atrapalhar o trabalho policial.
E o policial ou bombeiro é bom sujeito quando salva sua casa do fogo ou seu filho de um engasgo durante uma mamada.
Em termos de beleza natural o Rio de Janeiro continua lindo.
A segurança do cidadão, turista ou não, cada um cuide de si.
Ore para sair e ore ao chegar agradecendo por estar em casa inteiro.
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