CRÔNICA DA MANHÃ
CRÔNICA DA MANHÃ
A manhã anuncia-se azul extremo como quase sempre. A aragem fria traz a vontade do aquecer. A secura traz a vontade do umedecer. O silêncio traz a vontade da sensação de paz. O café traz a sensação de conforto. Apenas o jornal com suas notícias requentadas traz a sensação de dissabor. Em 30 páginas não se encontra qualquer estímulo às vontades de vida plena, são tantas vontades de tantos em demolir, dia após dia, o prazer de estar por aqui em sintonia, que resta desistir da leitura e cancelar a assinatura em fuga. Certo ou errado, pouco importa, restou apenas fechar a porta.