A morte da juventude

A morte da juventude:

Batista, Déco e Joel são três amigos que começaram a amizade na cidade natal dos irmãos Batista e Déco. Batista e Joel mantinham uma afinidade maior por causa do esporte, já que ambos jogavam razoavelmente bem futebol. Já Déco era o pau para toda obra, obedecia cegamente aos amigos, haja vista os considerava seus ídolos. Em tudo tentava copiá-los.

Quando se tornaram jovens iam às discoteques, paqueravam e começaram a tomar seus primeiros porres. Déco arrumou uma gata e passou a namorar seriamente. No carnaval Batista e Joel vestiam-se com roupas femininas e saiam nas ruas, felizes e cheios de cerveja para aguentar a vergonha inicial.

Dolores, namorada de Déco, o proibia de sair com o irmão e o amigo.

O carnaval de Déco era uma prisão. Como recompensa, ele ganhava o amor de Dolores, pois nesses dias os dois ficavam a sós na casa da namorada, já que todos saiam para curtir as festas momescas. Essa proibição de sair com os amigos foi se alastrando para outras datas como a passagem de ano, festas religiosas, etc. A amizade então foi se restringindo somente a Batista e Joel. Ambos fizeram faculdade e começaram a trabalhar. Déco começou a trabalhar com seu tio numa grande marcenaria que fornece móveis para as maiores lojas catarinenses. Já morando definitivamente com Dolores ia levando a vida numa boa até que... Nas saídas que dava para fazer serviços externos para seu tio encontrava uns “amigos” que o iniciaram na maconha.

Dessa droga para a cocaína foi um pulo. Não teve o apoio dos pais, pois depois de quase vinte anos de casados eles se separaram. Déco tinha mais contato com sua mãe já que seu pai continuou na pacata cidade em que nascera. Quando seu tio percebeu no que seu querido sobrinho e afilhado se metera, tentou convencê-lo com palavras a largar as drogas. Usou a premissa de Martinho da Vila falar: “Eu procuro falar as coisas sérias de maneira não solene. História solene não convence o povo”. Infelizmente dessa maneira o tio Walter não convenceu Déco a parar de arruinar a sua vida. Internou-o num hospital e o garoto deu uma melhorada. Depois de seis meses sem usar drogas ou álcool sua vida voltou a ruir. Sua mulher, Dolores o abandonou sem lhe dar alguma explicação convincente. Perdeu-se novamente e seu tio e sua mãe não o aguentando o mandaram para viver com seu pai. Não consigo mais continuar a contar essa história, porque minhas mãos estão trêmulas e as lágrimas estão borrando esses originais. Esse garoto para mim ainda é uma criança que amo muito. Ajudem-me, porque Déco é meu filho.

Aroldo Arão de Medeiros

08/04/2006

AROLDO A MEDEIROS
Enviado por AROLDO A MEDEIROS em 18/06/2024
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