TRINTA ANOS DE PLANO REAL... 16h51min.
No Jornal da Band, está mostrando numa série de reportagens, os 30 anos do Plano Real. Quanto a “nós” tudo evidenciamos, não na condição de empregado, mas na condição de dono de pequena empresa, em que a outra face do Plano Real não é mostrada.
Itamar, vice de Collor, com a “renúncia” deste assumiu, pois na parte econômica aquele governo foi um desastre, com o confisco da poupança, afirmando que era a “única bala de preta” para acabar com a inflação, fato que não acabou acontecendo, pois o “monstro” – a inflação – parecia ter várias vidas e sobrevivia a vários planos econômicos, sendo o mais famoso do então presidente Sarney...
Quando então o presidente Itamar Franco, elabora com uma competente equipe econômica este plana, a equipe analisou, os erros cometidos nos anteriores, para que não fosse se repetir neste. Com o plano elaborado nos mínimos detalhes, buscou e trouxe Fernando Henrique Cardoso, ex senador de destaque, que estava na condição de embaixador do nosso país em Paris, relutou em aceitar para ser o novo Ministro da Fazenda, para executar o Plano Real. Mas no final aceitou. Indo ao Congresso para pedir apoio aos partidos políticos, a maioria aderiu para dar apoio, o PT não! Com a desculpa que era um plano eleitoreiro...
O povo de modo geral olhava até com desconfiança, por mais um plano econômico, mas aos poucos foi confiando e aderindo, pois em muitos aspectos era guardado em “sete chaves”, para vir à tona quando começasse para valer o novo plano.
Nos meses que antecederam o primeiro de julho, estava em vigor uma tal de URV, - Unidade Real de Valor – e pasmem os preços subiam diariamente, no nosso seguimento, as indústrias, via de regra, faturavam as duplicatas, dando um prazo de dez dia com a URV “congelada” e de nossa parte dávamos um prazo de sete dias a quem comprasse...
Finalmente, o grande dia esperado, 01/07/94, moeda nova, e os preços do último dia de junho, deveria serem divididos por 2.750, com uma nova moeda o Real, em que tinha paridade com dólar, isto é, um dólar valia um real... As moedas voltaram a ter valor, até mesmo a 1 centavo. Para comemorar os dez anos de nossa pequena empresa, - 1994 – ofertamos uma pequena bouça, para guardar moedas, nela vinha escrito o nome da empresa...
Também, nem tudo neste novo plano econômico, foram “flores”, pois, houve também “espinhos”, visto que vínhamos de cultura inflacionário de vários anos. As que antecediam o novo plano, eram irreais, isto é porque não dizer fictícias, pois, prevendo que os preços subiam constantemente, as pessoas compravam além de seus necessidades, ao mesmo tempo não estávamos acostumados com uma inflação quase zero, os estoque não valorizam mais, e, o comércio e comerciantes, caíram na real, inadimplência, se tornou fato comum, na condição de pequeno empresário, começamos a fazer uso do cheque especial, bem como o desconto de duplicatas, cujo os juros passavam de 10%, e numa inflação quase zero eram exorbitantes...
Em setembro de 1996, foi debitado em nossa conta bancária, um pouco mais de 1200, reais, que eram em torno de mais de dez salários mínimos. Foi quando fizemos um acordo com o banco, - o saudoso Banco do Estado do Paraná – dividíamos tudo o que devíamos em e financiamos tudo em 24 pagamentos, um pouco mais de 10 salários mínimos mensais, mas havia um senão as parcelas eram corrigidas mensalmente, o que dificultava os pagamentos, mas acabamos pagando com sacrifício doze parcelas, isto dificultava a continuação da pequena empresa, comentamos com um amigo, um juiz aposentado que tinha conta no mesmo banco. Enviou uma carta ao banco, contando o que estava ocorrendo, e fez uma proposta de dar oito mil reais para quitar os doze pagamentos restantes, o banco aceitou, e dai sim começamos vida nova, os clientes foram “selecionados”, ficamos tão somente com os que pagavam em dia...
Em setembro de 1998, veio o “golpe de misericórdia”, numa portaria de FHC, ficava decretado que a sede da empresa não poderia ficar no mesmo terreno do proprietário... Teríamos de mudar pagar aluguel, e, ainda mais contratar um farmacêutico, muito embora não fizemos qualquer tipo de manipulação. Com pesar encerramos nossas atividades...
Não deu tempo para “descansar”, pois no mês seguinte começamos a divulgar junto a classe médica as “Gotinhas da Saúde”, - Magvit – um cloreto de magnésio em gotas, onde ficamos durante 19 anos...
Em fevereiro de 1998, finalmente, depois de um ano e dois meses saiu nossa aposentadoria, em 2017, nosso contrato de trabalho não foi renovado, e resolvemos “parar”, após perto de cinquenta anos de trabalho... Hoje, temos mais tempo de escrever e responder aos amigos que nos visitam. 17h34min.
Curitiba, 14 de junho de 2024 – Reflexões do Cotidiano – Saul
https://www.recantodasletras.com/br/autores/walmorzimerman
http://www.conteudoespirita.com.br walmor.zimerman@bol.com.br