NAMORANDO O MAR

Horas a fio namorando a ondas do mar, escutando o marulhar interminável causado pelo hálito milenar do vento, vendo a espuma branca pintando as águas salgadas para espanto das gaivotas ávidas por peixes. Aves famélicas e voluptuosas, algumas mais aflitas mergulham de bico em riste achando ser filhotes de atum disputando menores desavisadas as espumas alvas.

O mar agitado, talvez zangado por meus flertes demorados, de vez em quando cospe em mim respingando a maresia salobra. Fico com gosto de sal na boca sem me importar, a vastidão marítima enche minha imaginação, sei que muitos mistérios insondáveis rondam esse mundão oceânico, a todos encantando. Quantas criaturas estranhas habitam suas profundezas, monstros marinhos, tesouros também certamente, inimaginável universo paralelo.ao nosso.

Dá-me arrepiante fascínio o mar, por isso a contemplação sem hora marcada para acabar. Ao mesmo tempo sinto medo de sua força atraente, imensidão traiçoeira, abismos profundos, os tubarões com a fieira de dentes afiados, a morte que provavelmente mora em toda a sua extensão.

Enquanto descanso meus olhos sobre ele, que urra, geme e sibila, assusta-me imagina-lo me olhando de volta. Então tremo respeitoso, ninguém deve subestimar sua fúria, ele é implacável quando realmente deseja afogar quem o desafie. Por isso o admiro a uma distância razoável somente alcançável por cusparadas impetuosa impulsionadas pelas ondas incansáveis. O mar lá longe e eu aqui só observando sob fascínio, não me apetece morrer no mar, não é doce.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 16/06/2024
Reeditado em 18/06/2024
Código do texto: T8087369
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