Todos nascem Ateístas

No berçário da vida, somos todos iguais, pequeninos seres sem crenças definidas, sem dogmas a nos guiar. Éramos como páginas em branco, esperando para ser preenchidas com as histórias e mitos que moldariam nossas visões de mundo.

Os pais, com todo o amor e intenção, nos presentearam com as suas crenças, como quem oferece um tesouro precioso a um bebê faminto por respostas. Assim, fomos introduzidos a um universo de céus e infernos, de santos e pecados, de rezas e rituais, sem ao menos termos a chance de questionar ou escolher.

Ao crescermos, percebemos que aquela fé imposta talvez não seja a nossa verdadeira essência. Como nos lembra Freud, a religião muitas vezes surge da necessidade infantil de segurança e proteção, da busca por um "super-herói" que afaste os monstros do armário e acalme os medos da noite.

Assim, cada um de nós carrega dentro de si essa dualidade entre a fé herdada e a busca por uma espiritualidade genuína e pessoal. Todos os deuses, santos e seres celestiais em que aprendemos a acreditar são, no fundo, criações da nossa mente inquieta em busca de respostas para o mistério da existência.

No entanto, no íntimo de cada um de nós, permanece a chama da liberdade de escolha, o direito sagrado de decidir por nós mesmos no que acreditar. Mesmo que nos tenham empurrado crenças goela abaixo, a jornada da vida nos convida a questionar, a explorar e, quem sabe, a encontrar nossa própria verdade no vasto universo de possibilidades espirituais que se descortina diante de nossos olhos.

Jeferson Santos Albrecht
Enviado por Jeferson Santos Albrecht em 16/06/2024
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