O SILÊNCIO QUE SEDUZ
Era uma noite qualquer em que o destino decidiu brincar de cupido. Lá estava eu, diante de você, desafiado a conquistar seu coração com meras palavras. Seus olhos brilhavam com expectativa, mas o que eles buscavam, eu sabia, não se encontrava no barulho das palavras, mas no silêncio entre elas.
Eu vasculhei o dicionário da minha mente, folheando cada página em busca da frase perfeita. Mas as palavras pareciam pequenas, insuficientes, e suas exclamações, embora altas em minha cabeça, soavam como sussurros distantes aos seus ouvidos. Elas não eram dignas de você, não tinham o poder de despertar a paixão que eu via adormecida em seu olhar.
Então, escolhi o silêncio. O silêncio que fala mais alto que qualquer grito de sedução. Porque a verdadeira sedução não está na eloquência de uma frase, mas na eloquência de um gesto, no toque sutil que diz tudo sem dizer nada. A sedução é uma arte que não se debate, não se discute; ela simplesmente é.
E assim, em meio ao nosso silêncio compartilhado, eu te seduzi. Não com palavras, mas com a poesia de um olhar que falava de desejos secretos e promessas não ditas. A sedução, percebi, é uma conversa de almas, um diálogo de corações que se entende sem precisar de palavras.
Seduzir com uma frase? Impossível. Porque a sedução, a verdadeira sedução, nasce no silêncio e se consolida na poesia de momentos que palavras não podem tocar.
E foi assim que, sem dizer uma única palavra, eu te ganhei. No silêncio de um olhar, na calma de um gesto, na certeza de que algumas coisas na vida, como o amor e a sedução, são demasiado profundas para serem capturadas por palavras. Elas são sentidas, vividas e, acima de tudo, compartilhadas em silêncio.