Respeito é bom e evita dissabores
“Respeito é bom e conserva os dentes”, diz o vulgo por aí afora, até com certa ironia. É. Figuradamente, não deixa de ser verdade. Foi hoje, 12 de junho de 2024, por volta das 10 horas. Véspera de provas, como estudante de licenciatura em Letras – Português e Inglês, estava, como ainda estou, estressado com muita matéria para, ao menos por alto, revisar e várias outras atividades do dia a dia por fazer. Tempo exíguo diante de tantas coisas, mas tinha de ir ao supermercado mais próximo aqui de casa, comprar alguns itens de urgência.
Deixei os estudos por um instante e, a pé, como gosto de fazer, fui ao estabelecimento comercial. Para ser preciso, precisava de comprar ovos de galinha, aromatizante de ambiente aerossol e sabão. E, já no trajeto, resolvi também comprar pães. Às voltas com a dificuldade de eliminar gordura e perder peso, não gosto de consumir pães. Raramente o faço. Meus filhos, porém, gostam e consomem com frequência, razão por que, regularmente, compramos pães para casa.
Pois bem, talvez eu tenha cara de bobo, ou seja um pouco antipático e por isso ande a encontrar muito frequentemente quem me aborreça. Penso que não, mas talvez seja isso. Ou, ainda, talvez seja porque eu não ache, como de fato não acho, ser normal qualquer lesão ao direito, seja o meu , seja o de outrem. Seja, porém, o que for, a realidade é que, não muito raramente, sou vítima de erros e de mau atendimento, no comércio, nas repartições públicas, nos negócios em geral. É incrível. O indivíduo acerta com todos, trabalha bem para todos, atende bem a todos, mas, quando chega a minha vez, como se diz no vulgo, pisa na bola. Caramba! Que chatice!
No supermercado, escolhi os ovos, o aromatizante e o sabão, e, apressadamente, dirigi-me à padaria do supermercado, para comprar os pães. Havia apenas uma atendente, mas, ainda bem, somente uma pessoa no balcão, além de mim, para ser atendida. A jovem escolheu lá um produto e depois de pesado, desistiu por achar que era caro e pediu pães de queijo. Atendida, foi-se embora. Até sorri empaticamente para ela. Só que, enquanto ela era atendida, chegara um rapazinho, de 16 anos mais ou menos, que ficara ao meu lado de frente para o balcão.
Para minha surpresa, o mal-educado foi atendido antes de mim. Embora eu tenha levantado a mão quando a atendente perguntou quem seria o próximo, ele ignorou e fez o seu pedido. Já aborrecido, também fiz o meu, claro, conquanto não verbalizasse que, além de ser mais idoso, eu chegara primeiro. Mais uma vez para minha surpresa, a atendente, desatenta ou talvez tão mal-educada quanto ele, continuou, sem qualquer justificativa, a atendê-lo antes de mim. Contei até dez e saí da fila sem dizer coisa alguma. Superchateado, naturalmente. Calei minha indignação, pois, se abrisse a boca, ficaria ainda mais irritado.
Dois ou três minutos depois, reclamei à gerente de plantão, sobre quem, embora educadamente, despejei minha justificada ira. Disse que não queria mais comprar os pães, paguei à moça do caixa a mercadoria que escolhera e saí, furibundo, porta afora. Já na rua, andei uns dez metros e resolvi voltar. Daria mais um alerta, à guisa de explicação. Voltei e o fiz, olhando-a nos olhos: “Ah, sim! Para que a senhora saiba, além de eu ser idoso, ele chegou depois de mim. Da próxima vez, vou falar com o dono.” Pois é. Espero que não haja próxima vez, mas, se houver, falarei duramente com dono do estabelecimento. Ora, ora! Onde já se viu?