ALÉM DA IMAGINAÇÃO
Ante a repentina inspiração explode a criação motivada pela energia da imaginação, em seguida brota a espinha dorsal, o arcabouço do intento literário, logo a seguir abrem-se as portas da criatividade que são, por fim, os diversos caminhos a princípio imaginados, a análise do todo, daí a composição em prosa ou poesia jorra em cada frase, parágrafo e capítulo, e o texto caminha elegante, enxuto e belo.
Na verdade beleza e elegância vão depender do contexto em desenvolvimento, quem escreve sabe que as palavras têm vida própria quando transformadas em orações e passam a determinar ao autor como elas próprias enfocarão o andamento e os desdobramentos da escrita proposta.
A partir das primeiras linhas tomarem a forma inicial, basta o escritor começar a correria preenchendo as ideias para que as rédeas saiam de seu controle, sendo assumidas por uma força maior que ele, a qual determinará como tudo vai se desenvolver. O dilema do tema fluir sai das mãos do escriba e se torna dor de cabeça dos vocábulos reunidos. Quem nesse momento está escrevendo se torna apenas o digitador do esboço que se vai desenhando.
Essa é a maravilhosa magia da arte literária, instante em que os rumos da imaginação se libertam de quem está manipulando as letras e se deixam conduzir pela subjetividade dos personagens ou mesmo da filosofia temática. Quase algo assim como psicografia artística, mas sem envolvimento do universo religioso equivalente. Até o final, apoteótico ou não.