O aniversário do André e a comemoração no Bar do Manolo
Foi numa segunda-feira, dia 10 de junho, que o meu genro André resolveu comemorar seu aniversário. O local escolhido? O Bar do Manolo, um local agradável no shopping, conhecido por seu rodízio de pizza e cardápio à la carte com pratos bem servidos e preços acessíveis. A proposta era simples: cada um paga o que consumir. A lista de convidados era promissora: eu, minha filha, meu neto, minha esposa, minha sogra, a irmã do meu genro e o marido dela, o irmão do meu genro e a esposa dele, a sobrinha do meu genro e o marido dela, além dos casais que compõem minha irmã e meu cunhado, minha sobrinha e o marido dela, minha cunhada e o marido dela, meu cunhado e a esposa.
Mas, como em qualquer boa história, as coisas nem sempre saem como planejado. Chegada a hora, compareceram: eu, minha filha, meu neto, minha esposa, minha sogra, a irmã do meu genro e o marido dela, a sobrinha do meu genro e o marido dela, e os filhos deles. O resto dos convidados? Cada um com uma desculpa mais criativa que a outra.
O casal de fotógrafos oficiais da família alegou uma festa misteriosa que surgira de última hora, a qual, posteriormente, descobrimos que não aconteceu. A dúvida que paira é: teria sido um evento imaginário ou uma estratégia para escapar da pizza?
Minha irmã e seu marido não puderam comparecer porque ela estava com um problema dentário. Dentistas de plantão podem confirmar que dor de dente e problema com prótese dentária são ótimas desculpas para qualquer evento social. Quem já teve sabe: é um convite para ficar em casa de boca fechada, literalmente.
Minha cunhada e o marido dela estavam ocupados celebrando a formatura do genro que se tornara sargento da Marinha. A festa de formatura incluía um churrasco, o que, convenhamos, é uma boa desculpa, afinal churrasco é concorrente de peso contra qualquer rodízio de pizza.
Outro casal apresentou uma desculpa digna de um roteiro de comédia. Ela queria ir, mas alegou falta de transporte porque o marido só dirigia até o bar mais próximo. Já o genro, que poderia ser o salvador da pátria, estava montando uma esquadria. Sim, uma esquadria. Quem diria que uma peça de alumínio poderia ser o vilão de uma noite de festa?
E minha sobrinha e o marido dela? Bem, esses foram os mais enigmáticos. Disseram que iam ver, iam ver e acabaram não indo e não vendo nada. Ficamos todos esperando, como se fossem aparecer de repente com um grande "Surpresa!". Mas, ao que parece, a única surpresa foi a ausência deles.
Com essas ausências justificadas, seguimos com a comemoração. A noite no bar foi regada a risadas, histórias e, claro, muita pizza. Meu neto, não adepto a pizzas, traçou a sua comida toda. A irmã do meu genro e o marido riram das histórias de infância do meu genro, enquanto a sobrinha do meu genro e o marido dela tentavam, sem sucesso, controlar os filhos que corriam entre as mesas.
No final das contas, apesar das desculpas, a festa foi bem legal. Meu genro ficou feliz com a presença de quem pôde comparecer e as ausências viraram motivo de piada e risada. Porque, afinal, o que seria de uma boa história de família sem umas boas desculpas esfarrapadas para apimentar a narrativa?
E assim, entre uma fatia de pizza e outra, celebramos o aniversário, cientes de que no próximo ano teremos um novo leque de desculpas e, com sorte, ainda mais histórias para contar.
MMXXIV