Quando você olha para sua infância, para sua adolescência, sua juventude e o seu momento atual, perceba que quem está olhando é sempre o mesmo, você, sua consciência atual, e você não se abala por isso.

Ou seja, o tempo está passando e você olhando-se sem se abalar.

Sócrates diz algo assim:

Cada coisa se destrói pelo mal que lhe é próprio.

O ferro se destrói pela ferrugem.

A carne pela deterioração, o mofo.

E assim por conseguinte.

E qual o mal da alma?

São os vícios. No entanto, passamos a vida abusando dos vícios e a alma não morre.

Então, o próprio mal da alma não a destrói.

Ela vive eternamente.

A matéria se destrói pela putrefação.

Há que se pensar em algo além desta existência, para além da matéria.

Em “vivendo”, qual o sentido de uma “existência” levar consigo toda informação acumulada enquanto viva e não fazer uso do que aprendeu, já que em todas as religiões ditas cristãs, há uma concordância em que viemos para evoluir espiritualmente?

Como se daria tal evolução se a vida acaba no túmulo?

Se essa alma não puder retornar com o que já viveu em experiências outras e que tenha que dar continuidade para uma plenitude, ascendendo ao estágio o mais próximo da pureza, qual o sentido da vida?

Ainda que se diga que ao aceitar Jesus, estejamos salvos, seria errado imaginar que esse mestre nos quer de volta para sabermos capazes de, uma vez aceitos e salvos, fazermos certo doravante?

Quando Ele diz, vá e não peques mais. Onde é esse vá? Vai para onde?

Penso que seja, vá para o confronto, para o teste de sua compreensão para o qual foi salvo.

Ou será que devamos ter por fim apenas a vida que vivemos hoje, da forma como a vivenciamos?

Perguntas que precisam ser esclarecidas como essas, dependem de nossa disposição na busca através de reflexões com bom senso e coerência.

 

 

foto: Freud Campos de Campos. Escrevi a crônica 1 hora antes de receber a notícia de que o nosso amigo “fróidinho” havia desencarnado enquanto dormia.