O CACHORRO DA CASA AO LADO

O cachorro da casa na rua ao lado late triste e monotamente desde o amanhecer neste domingo, que tinha tudo para ser silencioso. Por onde andarão seus tutores, será que continuam dormindo apesar dos lamentos intermináveis do pet? Ressalto, aliás, não ser nenhuma novidade para a vizinhança o choro do animal. É essa a cantilena todos os dias, a semana inteira. Muitas vezes ao nos recolhermos para o repouso ao final do dia, lá está o pobre coitado do bicho choramingando sem parar, os latidos ecoam por toda noite. Acordo pela madrugada e ouço seus apelos abatidos, voltar a dormir às vezes demora.

Mas hoje é domingo e as pessoas aparentemente se recolhem para viver a família. Nesse caso onde os donos da casa se escondem, por que não cuidam de verificar a razão das súplicas caninas? Se não gostam dele, se o desprezam, por qual motivo o adotaram? Os bichinhos de estimação também têm necessidades emocionais e fisiológicas, quem os acolhe no lar da família é obrigado por lei a trata-los com o devido respeito, dedicando-lhes cuidado e atenção. Caso contrário abstenha-se da adoção, irresponsabilidade gera processo seguido de dores de cabeça evitáveis.

Sei, eles nunca vão ler esta crônica, nenhuma providência será tomada e o pobrezinho latirá até lhe faltar o fôlego. Sem problema, serei como o beija-flor tentando apagar o incêndio fazendo o que posso. Gostaria muito de estar equivocado, mas penso que a continuar assim certamente a qualquer instante cessarão seus lamentos. De forma definitiva. Não sou apenas enfático quanto ao problema em andamento, busco ser realista ante as perspectivas diante dos meus olhos e ouvidos. A lamúria diária do cachorro da casa vizinha talvez não cesse enquanto ele estiver vivo. Quem não geme no sofrimento?

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 09/06/2024
Reeditado em 13/06/2024
Código do texto: T8081928
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