DE BRAÇOS ABERTOS.

     Finalmente chegamos na metade do ano, mas, pensando bem, até que passou rápido. Foram tantos acontecimentos, um atropelando o outro, quase não damos conta de acompanhar tudo. Somos o tempo todo bombardeados pela mídia com notícias, na maioria das vezes, desagradáveis, para não dizer deprimentes. Eu não tenho mais ânimo de ver o noticiário na televisão, talvez seja exagero da minha parte, no entanto, não me passa muita confiança as pautas jornalísticas sempre tendenciosas politicamente de um único prisma. Não sou de assistir quase nada, quando raramente, qualquer coisa desinteressante ou algum filme que, de repente, chame minha atenção.

   Tenho que aproveitar o momento, gozando o período de férias do trabalho ( finalmente chegou ), posso descansar da correria do dia a dia, de levantar às quatro e meia da manhã, fazer café, se arrumar, correr para pegar o ônibus e não perder o horário, enfim. O importante é que estou bem tranquilo curtindo a família, aproveitando para colocar em dia algumas coisas aqui em casa. Isso mesmo, ou você achou mesmo que eu ficaria de boa no sofá, nada disso, a lista de afazeres que a esposa deixou é bem extensa. A vantagem é que posso fazer tudo no meu tempo e horário. 

   Sobrou tempo para ler um pouquinho mais, embora o meu planejamento de leitura esteja em dia e a todo o vapor. Um dos livros que estou lendo nesse momento é do autor Daniel Lopes, por título - À beira do abismo - Trata-se de uma coletânea de artigos que ele escreveu no jornal Gazeta do Povo entre abril de 2021 e abril de 2022.  Nessa coleção de textos temos a oportunidade de reviver um dos períodos mais turbulentos da história recente política mundial pela ótica de uma análise consistente, fundada numa sólida visão de mundo. Fica o convite para aqueles que se interessarem pelo livro. 

   Em um dos artigos, intitulado: ( Você não poderá falar nada, mas será feliz ). De 31 de Agosto de 2021. Daniel começa falando do processo de desmoralização que o mundo está vivendo, não à queda da "moral e dos bons costumes", mas sobre um processo psicológico conhecido no meio bélico. O artifício visa enfraquecer os ânimos, a disposição e o estado de espírito das pessoas, por meio de recursos que atuam diretamente na mente das pessoas. É um artigo interessantíssimo, mostrando como essa técnica de propaganda é eficiente em desviar nossa atenção, nos trazer desânimo e colocar diante dos nossos olhos um inimigo fictício. Fica a dica para quem se interessa pelo assunto.

       Minhas férias estão no começo, tenho plena consciência do quão rápido ela vai passar, portanto, devo aproveitar bem cada segundo desse relógio traiçoeiro e impiedoso. Tenho muitos amigos a visitar, lugares para ir, sei que a grana é pouca, e devo ter atenção nesse quesito, contudo, desde que eu não saia do planejamento, não tem como dar errado. É final de tarde nesse exato momento em que estou terminando de escrever, peço-lhes licença, caríssimos amigos, uma vez que, há tempos não vejo o pôr do sol com tamanha e deslumbrante beleza. E nesse momento o entardecer me convida para receber e celebrar a noite de braços abertos.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 09/06/2024
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