A Monarquia é meu "crush". Todo sistema de governo tem nuances paradoxais e, por consequência, estão sobre a bengala das ideologias.

 

O luxo e a formalidade inerentes ao exercício de um reinado, só se compararia ao visto ainda, sob as cortinas, na Santa Sé, em Roma. Mesmo que o papa seja Pop e tenha trocado o ouro pela prata.

 

A igreja católica tem um ar de supremacia tangível na Era do Ouro cujo legado material é visto nas artes sacras, diluídas em obras que saltam aos olhos.

 

Mas e se o Brasil se tornasse monarca e fosse coroada rainha?

 

Certamente baixaria "O Dia Sem Hipocrisia."

 

Imagine que ao acordar, lá estivesse a camareira e, viesse com suas pedras nas mãos:

 

- Pode ir xispando daí, madame. Quem gosta de puxa-saco é sacola de supermercado.

Como pode não se vestir sozinha? Parece um bebê gigante mimado.

Sai pra lá com esse cabelo espetado, não tem chapa quente que o faça escorregadio. Nasce de novo.

 

O porteiro do prédio estaria de cara amarrada e reclamando dos inumeráveis moradores que esquecem a porta de entrada aberta: Seriam burros ou aprendizes?

 

O dono da loja de Griffe ia vender a bolsa de couro antiga (fora de moda), a preço de custo.

 

O ladrão avisaria sobre suas reais intenções.

 

Assim também o marido e o amante (a quem for de direito).

 

O religioso fanático que casou três vezes e tem filhos nos três casamentos, se colocaria diante da Pátria Religiosa como pecador e seria excomungado.

E pararia de julgar a mãe solteira com quem teve um caso extraconjugal.

 

Os bancos informariam nos extratos quais eram os reais ganhos fixos diários na manutenção de uma conta.

 

A bruxa do 100 largaria o discurso #amoruniversal e "tagarelaria" sua real versão da raiva, com demonstração 0800. Nem só de Yoga se vive.

 

O político falaria a verdade, discricionariamente.

 

O padre ia dizer na missa que conhece mais ateus que religiosos que tiveram verdadeiras atitudes de amor.

 

A mãe assumiria a sua predileção pelo filhinho de identidade semelhante à sua é constataria sua impropriedade maternal.

 

A carne do açougue seria lavada em nossa frente e intoxicada pelos gases que a conservam com um odor inesquecível.

 

A nutricionista ia lambuzar no doce de leite com coco queimado, ao vivo, numa live.

 

O pai ia dizer pro filho que errou ao dar-lhe um celular de presente no Natal.

 

Os alunos mostrariam suas colas durante a prova e os namorados, os tiquets com o real nome do serviço de Borracharia: Pneus calibrados na banheira de hidromassagem.

 

Ia ser um dia marcante. Como o Dia do Fico!

 

E então, as imagens seriam reveladas em praça pública.

 

No dia seguinte, baixaria o "Dia do Esquecimento" e ninguém poderia ser julgado pelo ato revelado.

 

E, enfim, todos conviveriam felizes para sempre (com a granada na mão... Sem explodir, é claro).

 

Porque revolta seria crime com pena cominada.

 

- Tragam minha pena! Vou revogar!

Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 07/06/2024
Reeditado em 07/06/2024
Código do texto: T8080832
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.