Entardecer de junho! Pelas previsões, teremos dias ensolarados,
quentinhos, saudáveis.
O sol deixando seus reflexos na lagoa, descendo atrás dos morros. São momentos
em que paramos, para agradecer ao criador pelo milagre da vida, da natureza.
A vida voltando ao normal, após as enchentes do Rio Grande do Sul, periodo
longo de chuvas intensas, que parecia não acabar mais. Hoje, devagar a capital
do Estado retornando ao normal, graças a solidariedade humana. A televisão
mostrando , festivamente, a Rodoviária, antes completamente alagada, há mais
de mês, o primeiro ônibus iniciando a rotina. O Guaíba , hoje, está abaixo da linha
de enchente que são três metros. Pessoas alegres, andando nas ruas que conseguiram
com muito trabalho de órgãos públicos e voluntários de várias partes do país, torná-las
livre da lama e do lixo. Ainda há bairros alagados precisando de ajuda.
Muitas consequências ambientais esta enchente deixou. Até a água da Lagoa dos Patos
está doce, recebeu muita água do Guaíba, prejudicando os peixes e a flora marinha. Mas ,
a reconstrução do Estado ( capital e municípios em sua grande maioria, vai levar um bom
tempo. Famílias tudo perderam, a casa e seus pertences. O Comércio muito prejudicado.
Desemprego, alta do custo de vida, a enchente atingiu a agricultura, acabou com
quase tudo, virando um mar de lama. A agropecuária, o forte do Estado, deixando
um rastro de tristeza.
Entardecer , quando criança, lembro, hora da Ave-Maria, esquecer as coisas ruins
e agradecer pelo dia que passou, pela vida, pela proteção recebida. Os períodos ruins
existem para medir a fé e a coragem, não duram para sempre. Tudo passa e a vida
retorna gradativamente ao normal, fortificando o espírito. O episódio no RS, foi
marcado pela fraternidade, pela solidariedade, todo o país comovido mostrou que
a união faz a força, que todos somos iguais , Que não existem diferenças sociais
nestas horas as águas invadiram mansões e casebres. Ricos e pobres, todos necessitando
de auxílio para sobreviver.
O sol retornou, após um longo período, para secar o solo encharcado.
A esperança renascendo
A vida continuando.
(Luiza Menin Manfredi)