GENTE MEFISTOFÉLICA

Francisco de Paula Melo Aguiar

E tem gente que vende a alma a "deus" e também ao "diabo" para poder realizar uma "pequena" ou "grande" obra.

O importante para este tipo de gente é levar vantagem em tudo, não importa como.

E isto não é ficção como ocorre no romance "Doutor Fausto" de Thomas Mann, publicado em 1947, que conta a história do compositor e músico fictício Adrian Leverkühn, via a versão do amigo dele de infância. Algo semelhante a Fausto lendário, Adrian vende simplesmente a alma ao diabo para assim poder realizar sua grande obra.

E o jovem Leverkühn se acha predestinado ao sucesso, porém, sua ambição representa a autêntica grandeza, de modo que ele recebe a visita de um ser ou entidade mefistofélico que faz a cabeça dele para ele renunciar o amor e bem assim sua própria alma, recebendo em troca ou por compensação, vinte e quatro anos de gênio.

A trajetória agora tem a inteligência artificial ou "ser mefistofélico" para forçar e reforçar o cenário real ou surreal democrático do eleitor tirar os ruins e botar os piores nas mesmas funções, isto mesmo, porque política não é ciência ou arte para amador.

Assim Leverkühn passa durante um período criativo musical que o leva a ser posto como a causa por sua obsessão ao Apocalipse e o Juízo Final, diante do progresso da própria loucura conquistada ao combinar música com política, realidade, símbolo e tradições, algo semelhante ao nível de obras do mesmo autor, a exemplo de "Os Buddenbrook", publicado em 1901 e que acompanha a saga de uma família abastada alemã e de "A Montanha Mágica", publicado em 1924, é considerado sua obra-prima, com o qual conquistou o Prêmio Nobel de Literatura de 1929.

Em fim, Mann no romance "Doutor Fausto", em sua obra de meditação, reflexão e ficção, alcança em síntese um mito da história e bem assim uma filosofia da arte, por ser uma fábula rara imaginada, que por analogia é semelhante ao palanque político partidário com uma diversidade de ideologias que visam apenas o poder pelo puder, faça chuva ou faça sol nos próximos cento e vinte dias, onde o racional e o irracional se misturam, porém, não se unem, más têm o mesmo peso, e até porque tem gente fazendo pacto com "deus" e o "diabo" para ganhar o pleito.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 07/06/2024
Reeditado em 07/06/2024
Código do texto: T8080407
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