CHUTANDO O BALDE

Completa e absoluta bagunça em toda a casa, de pronto percebe-se a ausência feminina no ambiente, este obviamente habitado por um homem sozinho. São visíveis três camisas gritando para serem lavadas, penduradas nas cadeiras da sala de estar, virando o rosto avistam-se cuecas usadas jogadas de qualquer maneira sobre o sofá. No aspecto apreciado as roupas íntimas demonstram repousar ali há dias. Jogadas decerto.

A própria mesa perdeu espaço para o qual existe, de tão repleta de cacarecos colocados desajeitadamente sobre ela. Talvez estejam lá faz tempo. Vê-se de tudo um pouco, a exemplo de potes secos de Tahine e pasta de amendoim com chocolate, dois abacates verdes, meia garrafa de álcool, duas barras de chocolate meio amargo, um notebook coberto de pó bem fino, o copo de liquidificador sem limpeza sabe-se lá desde quando, um coco seco , bananas verdes, tâmaras esquecidas, enfim qa variedade de coisas, alimentos e objetos sem valor impressiona. Tudo desarrumado.

Cinco cocos verdes aguardam sobre o piso ao lado de dois pares de tênis e de uma garrafa de água mineral de 500ml vazia. A tv tomada pela poeira em cima do móvel velho e também sujo aparece no ambiente em petição de miséria, sob o olhar angular do abajur feio e muito enferrujado. Nao tem nenhum sinal de mínimo cuidado na residência, o morador evidentemente é incapaz de dar conta de tudo ou se trata apenas de alguém indiferente, que já chutou o balde ao essencial.

Fuçando atentamente o olhar é possível enxergar ainda mais bagunça, isso somente na sala de estar. Nem ouso pensar na condição da cozinha, dos quartos e dos banheiros, a sala dedura a situação dos demais cômodos. É melancólico! Mãos dispostas dariam um bom trato nesse ninho de rato, falta disposição. Quem será que mora num lugar assim? Nossa!

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 05/06/2024
Reeditado em 06/06/2024
Código do texto: T8079441
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