CHUTANDO O BALDE
Completa e absoluta bagunça em toda a casa, de pronto percebe-se a ausência feminina no ambiente, este obviamente habitado por um homem sozinho. São visíveis três camisas gritando para serem lavadas, penduradas nas cadeiras da sala de estar, virando o rosto avistam-se cuecas usadas jogadas de qualquer maneira sobre o sofá. No aspecto apreciado as roupas íntimas demonstram repousar ali há dias. Jogadas decerto.
A própria mesa perdeu espaço para o qual existe, de tão repleta de cacarecos colocados desajeitadamente sobre ela. Talvez estejam lá faz tempo. Vê-se de tudo um pouco, a exemplo de potes secos de Tahine e pasta de amendoim com chocolate, dois abacates verdes, meia garrafa de álcool, duas barras de chocolate meio amargo, um notebook coberto de pó bem fino, o copo de liquidificador sem limpeza sabe-se lá desde quando, um coco seco , bananas verdes, tâmaras esquecidas, enfim qa variedade de coisas, alimentos e objetos sem valor impressiona. Tudo desarrumado.
Cinco cocos verdes aguardam sobre o piso ao lado de dois pares de tênis e de uma garrafa de água mineral de 500ml vazia. A tv tomada pela poeira em cima do móvel velho e também sujo aparece no ambiente em petição de miséria, sob o olhar angular do abajur feio e muito enferrujado. Nao tem nenhum sinal de mínimo cuidado na residência, o morador evidentemente é incapaz de dar conta de tudo ou se trata apenas de alguém indiferente, que já chutou o balde ao essencial.
Fuçando atentamente o olhar é possível enxergar ainda mais bagunça, isso somente na sala de estar. Nem ouso pensar na condição da cozinha, dos quartos e dos banheiros, a sala dedura a situação dos demais cômodos. É melancólico! Mãos dispostas dariam um bom trato nesse ninho de rato, falta disposição. Quem será que mora num lugar assim? Nossa!