Uma colônia de amigos

Nos idos de  julho do ano de 1979, Higino e Betinho foram matriculados na colônia de férias do DEF - Departamento de Educação Física,  na Dom Romualdo de Seixas, entre Diogo Moia e Oliveira Belo...

Em plenas férias,  os dois ,  seguiam felizes para participar das atividades,  que o local oferecia com a finalidade de ocupar o tempo com maestria nas férias daqueles garotos, que pouco tinham,  a não ser a porta da rua.

Levantar cedo,  não era uma das tarefas fáceis para aqueles primos,  no entanto,  ao tomarem conhecimento do enfoque a qual se propusera o local ficaram facinados, aí fazia-se tudo para não faltar.

Futebol,  vôlei,  natação, espírito de amizade e competição, e tantas outras situações a desenvolver. Repercutiram com a imaginação frívola,  na cabeça dos dois e das demais crianças,  que ali estavam tendo uma oportunidade de ouro, para melhor desenvolver.

Lá fizeram amizade com o Luiz,  que ficou pouco tempo, só pra vir escrever saudade. Depois foram se enturmando e já tinham as suas amizades num grupinho maior.

Antes de tudo,  cantavam, ouviam, brincavam a valer, aprendiam  e praticavam esportes variados,  que os tornavam mais célebres.

Sob um uniforme,  de camisa branca com seus nomes, um short avermelhado escuro com os seus tênis conga seguia altaneiros a forjar  uma amizade num grupinho,  que evoluía.

Até que começaram a chegar as competições, as brincadeiras,  os teatros e etc.

No dia da natação, Higino era o representante e  Betinho com os outros amigos ao redor da piscina torciam para ele vencer,  com gritos  de  alegria e de  incentivos , vendo em cada medalha, que ele ganhava e  subia ao pódio, eles  juntos festejavam e dividiam.

No futebol não fora diferente,  o time perdia,  quando Betinho,  apelidado pelo professor de monstro,  entrou no jogo com Higino,  que juntos aos colegas fizeram a festa mudando o placar de adverso a favorável. Onde houve também,  até um momento , em que o monstro,  deu um chute a gol, que quebrou a trave envelhecida pelo tempo.

Os meninos festejaram a vitória e se juntaram,  pra conversar,  quando também começaram a cantar várias  músicas e dentre as quais sobressaiu, marcou , ficou assim:

- Feiticeira,  Feiticeira, Feiticeira  é  aquela mulher,  que por ela gamei ( frase iniciada por um dos coleguinhas)...e todos ali começaram a rir...

Era o princípio do fim, que eles não sabiam.

Naquele último dia,  naquele poleiro amontoados contam histórias, riam e como nos dias anteriores fizeram fila, merendaram, receberam medalhas, discursaram cumprindo a despedida e com os monitores  começaram a ler a letra cantando a música , que parodiava a Praça  de Roni  Von , mais ou menos assim:

- Hoje eu sou criança do Brasil sempre a sorrir ...

- Nesta colônia nós aprendemos com patriotismo a amar o nosso Brasil...

E essa melodiosa letra os acompanhou até ficarem adultos.

Nunca mais aquele grupinho se reuniu outra vez, mas a amizade marcou no tempo e aos dois, Betinho e Higino o legado ficou em mais uma aventura,  que nunca mais eles participaram.

A lembrança ficou como uma criança,  a rejuvenesce-los, cada vez , que eles juntos ou separados, celebrem  a  música.

Identificando  a todos,  que na vida se tem boas recordações,  de um tempo,  que só há de voltar nas lembranças ou nos sonhos, porque além de velhos e cansados , as obrigações nos oprimem,  as responsabilidades nos chamam  e nos fazem delirar.

Todavia,  vale a pena  ler pra lembrar dos detalhes,  que o dia nos fez e sempre fará voar.