filho da esterilidade

Uma noite de inverno, eu estava na igreja com meu filho ao meu lado, e ambos tocávamos saxofone. Depois saímos para comer um lanche e encontrei amigos e parentes. Chegamos à nossa cidade em Bauru, e o menino começou a estudar. Era uma criança, às vezes tratado como um bebê. Ele era bajulado por mim e por minha esposa.

Tínhamos aventuras em lojas, motos, e cantorias que enchiam o vazio da casa, que parecia enorme. O menino ia à academia, o menino trabalhava, o menino levava marmita, o menino ficava emburrado, o menino ficava bravo, o menino sonhava, o menino era aventureiro. Assim o tempo passou, e de repente acordei. Não havia menino, não havia filho. Foi um sonho que sonhei com toda minha alma.

Mas de repente chamei-o pelo nome, então minha esposa veio ao meu encontro, me abraçou e disse: "O que você disse? Quem você chama?" Então respondi: "Nosso filho..." Ela sorriu e, sem dizer nada, apenas enxugou uma lágrima que corria. E disse: "Já passou." Corri para o quarto, não havia quarto. Corri para a garagem, não havia moto. Corri para o celular, ele estava molhado e não tinha fotos.

Já confuso e envelhecido com o tempo, continuei a vida, mas percebia algumas marcas que evidenciavam meu filho. Sentia necessidade de ir à academia, satisfação no ronco de uma moto, vontade de cantar no banho. Nunca tive esses hábitos, e de repente me via transformado por costumes que não eram meus. Foi quando, de repente, acordei. Orei a Deus, agradeci, abracei minha esposa e sorri para ela com saudades. Abracei de novo e continuei a vida sem saber se era real ou sonho.

A dúvida aumentou e a incerteza cresceu quando um dia encontrei um capacete vermelho. Estranhei aquele objeto, pois ele estava no meu sonho, mas preferi não questionar. Minha certeza era que minha esposa estava ali, me apoiando em minha razão ou em meus delírios.

Paulo Sergio Barbosa
Enviado por Paulo Sergio Barbosa em 04/06/2024
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