Um grito na escuridão
Dona Graça chegara do seu trabalho cansada, pois passara o dia inteiro em pé, como vendedora de uma loja.
Mal tirou a roupa, abdicando da ceia, de tanto, que estava cansada naquele Natal.
Chegou deixou sobre a mesa um bolo de padaria e uma coca cola de um litro, foi ao banheiro para tomar banho, naquela noite escura, quando no silêncio dos ritos natalino, algo naquele breu do banheiro à lamparina pulou no pescoço dela, que tomada de sobressalto deu um grito medonho:
- aaaaa, aí meu Deus.
E saltou no banheiro se sacudindo, num desespero desenfreado.Enquanto sua mãe, seu filho e os vizinhos atonitos e preocupados corriam pra ver o acontecido e ajudar.
Ela coitada, cansada, nervosa e envergonhada teve forças ainda pra procurar e se vestir naquela toalha, com desenho de joaninha.
Sem saber direito explicar, o que a havia molestado. Quando um dos vizinhos, com sua lanterna, melhor pode identificar na cepa do pau, que servia de suporte para o sabonete e o shampoo, a molestadora... uma Gia, verdinha, toda assustada a mostrar também inquietude...um sapinho, desse de água doce, que o seu Everaldo quis pegar, mas ela com sua rapidez e ousadia pulou na face do homem, wue tremeu, deu o seu grito e sob esse arranjo, a sapinha deu um imenso salto na direção do gapó, que passava por trás do banheiro e se perdeu no sereno da noite.