NOITE À BRASILEIRA
Parti para o Vivo Rio para assistir a história da Tarsila do Amaral com referências para lá de positivas, mas isso nem sempre é legal, pois aumenta o nível de expectativa.
O movimento externo lembrou o entorno do antigo Maracanã, também não é para menos, estamos falando de um fluxo de oito mil pessoas, metade saindo da sessão anterior, e a outra aguardando sua vez de entrar.
Onde se aglomera muita gente, não tem jeito, camelôs, flanelinhas e taxistas do tipo bandalha fazem a festa, claro, com a omissão completa de policiamento, nem a guarda municipal deu as caras.
Após a abertura das portas, aquela multidão foi organizada para a entrada, que contava inclusive com detecção de metais. Em pouco tempo, toda aquela multidão já encontrar sua cadeira, e aguardava com muito barulho o início do show.
Sabe aquela coisa bem brasileira chamada de complexo de vira lata, a produção não permitiu sua entrada. O enredo e o corpo do espetáculo com etiquetas de produção genuinamente nacional.
Pela primeira vez na vida, pude enfim assistir a um show de nível internacional, com sonoplastia, iluminação, coreografia e tudo mais que poderia dar glamour a uma apresentação, se fizeram presentes e sem moderação.
Com o público surpreso com o desenvolvimento do espetáculo, a todo momento explodiam em palmas e saudações de Bravo! Bravo!
O que a princípio poderia ser interpretado como um musical longo fez uso das horas com maestria, ora intercalando, ora unindo cenários com uma destreza para lá de bem ensaiada.
A lamentar apenas a posição das cadeiras praticamente sem declive, num palco relativamente baixo. A minha frente duas pessoas altas praticamente me impediam de ter acesso visual a íntegra do palco. Por sorte, como as cadeiras eram soltas, e existia um espaço razoável para circulação, pude deslocar a cadeira e me posicionar entre as duas cabeças altas.
Espero que este espetáculo passe a ser parâmetro de base para futuras apresentações, pois assim, chegaremos à conclusão ao final todos ganham.
Ao deixar a casa de espetáculos novamente estamos entregue a própria sorte, com fila gigantesca para embarque em táxis com taxímetro, lado a lado com taxistas bandalheiros que definem preço e trajeto de acordo com seu específico interesse.
O resumo da ópera evidencia um dedicado profissionalismo dentro da sala de espetáculo em contradição aquele país que ainda cultua a famosa “Lei do Gérson” que incentivava a todos o ato de levar vantagem em tudo.