Paciência ele sabia ter
Ao pisar nos sons da avenida foi que percebeu o ritmo em suas veias. A harmonia foi como quem acolhe o filho que, arrependido, volta aos braços paternos. Trazia na pele a responsabilidade e, através dela, por onde passava, a marca do cotidiano era impressa acusando sua vivência mórbida pelos antros da cidade. Cansado, desejou dormir a sombra das árvores do Trianon. No entanto, o celular despejou o som estridente o qual foi obrigado a atender.
Amaldiçoou o momento, foi lhe odioso atender a voz fria e seca que, sem consideração, exigia a presença financeira. Só teve que concordar. Desligou o celular.
O encanto foi quebrado. Voltou à normalidade corriqueira do dia a dia sem angústia ou ansiedade.
Sabia que outra oportunidade surgiria, era só ter paciência. Isso ele tinha.